Um total de 91 indianos, com idades entre 12 e 17 anos, foram resgatados de locais onde eram obrigados a trabalhar no estado de Orissa, informou o superintendente da polícia, Subash Acharya.
Em declarações à agência índia “PTI”, ele contou que as inspecções foram realizadas no fim de semana em hotéis, estacionamentos, lojas e unidades de processamento de castanhas, no distrito de Ganjam.
De acordo com o oficial, 80 meninos e 11 meninas foram resgatados e, do total, 13 trabalhavam no processamento das castanhas, tarefa considerada perigosa, segundo a Lei do Menor da Índia, de 1986.
Segundo Acharya, todas as crianças estão sob a guarda da ONG Childline, que se encarregará dos trâmites legais e burocráticos para devolvê-las as famílias. A operação foi elogiada pelo coordenador Campanha Contra o Trabalho Infantil, Sudhir Sabat, que disse que foi fundamental a ação conjunta da polícia, o Departamento de Trabalho, as unidades de protecção à infância e as ONG.
No mês passado, outra inspecção recuperou 22 menores em uma usina de processamento de cana-de-açúcar e ‘gup-chup’ (aperitivos típicos da Índia) no distrito de Berhampur, também em Orissa. Com 50 milhões de meninos e meninas trabalhadores, a Índia é o país com maior incidência de trabalho infantil no mundo, um número que vem reduzindo nos últimos anos, segundo a ONG Bachpan Bachao Andolan.
O fundador desta organização, Kailash Satyarthi, recebeu o prémio Nobel da Paz em 2014, conjuntamente com a paquistanesa Malala Yousafzai, conhecida pela sua luta em defesa da educação feminina.
