As Forças Armadas do Sudão do Sul podem ter cometido graves violações maciças dos direitos humanos, nomeadamente estupros e assassinatos de mulheres e meninas durante a recente retomada dos combates, de acordo com um novo relatório divulgado pela Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS).
O relatório publicado terça-feira última indica que o Exército Popular de Libertação do Sudão do Sul (SPLA) e grupos armados aliados realizaram uma campanha de violência contra populações do Estado Unity, no Sudão do Sul, matando civis, pilhando e destruindo aldeias e forçando mais de 100 mil pessoas a deslocarem-se.
De acordo com testemunhos recolhidos sobre 115 vítimas e testemunhas oculares nas localidades de Rubkona, Guit, Koch, Leer e Mayom no Estado de Unity, os soldados do SPLA raptaram e abusaram sexualmente de várias mulheres e meninas, algumas das queimadas vivas em suas próprias casas.
A emissária da ONU no Sudão do Sul, Ellen Margrethe Loj, que dirige também a UNMISS, indicou num comunicado, “revelar a verdade sobre o que aconteceu oferece a melhor esperança para o julgamento dos autores de uma tal violência cega e se acabar com o ciclo de impunidade que permite a persistência desses abusos”.
As autoridades do Sudão do Sul, por sua vez, rejeitaram todas as alegações de maus tratos de que são acusadas. O conflito em curso no Sudão do Sul desde dezembro de 2013 foi marcado por uma violência cega contra civis e pelo aumento do sofrimento no país.