Said Akl, um dos mais proeminentes poetas libaneses do século 20, morreu nesta sexta-feira com mais de 100 anos de idade.
Nascido em Zahle, no leste do Líbano, em 1912, Akl publicou sua primeira peça com vinte e poucos anos e escreveu épicos, poesia e letras de música, incluindo algumas interpretadas pelo cantor libanês Fayrouz, que uma vez o chamou de “a voz da glória do Líbano”.
Ele desencadeou debates com a ideia de que o árabe libanês coloquial deveria ser visto como uma língua separada do árabe mais formal usado na literatura. Ele via igual valor no libanês e propôs usar um alfabeto latino de 37 letras para escrevê-lo, em vez da escrita árabe.
Said Akl flertou com a polémica por algumas de suas visões políticas, como quando criticou a presença de grupos palestinos armados na guerra civil libanesa entre 1975 e 1990 e afirmou apoiar o Exército de Israel, que os combatia.
Nesta sexta-feira, figuras de destaque do país prestaram homenagem a Akl, que trabalhou até uma idade avançada.
“Said Akl foi um grande poeta que deu tesouros à poesia árabe e à língua árabe clássica”, afirmou o também poeta libanês Zahi Wehbe à Reuters. “Podemos discordar dele, mas não discordamos a respeito dele – a respeito da sua importância como poeta”.