O presidente norte-americano Barack Obama tentou esta segunda-feira pôr um ponto final de maneira bem humorada na discussão de que estaria sendo mais atacado pelo facto de ser negro, ressaltando que já era negro antes de ser eleito. Desde Setembro, um grande debate é travado para saber se o racismo é a causa de uma agressividade maior no discurso político e da ferrenha resistência ao programa de reformas do primeiro presidente negro dos Estados Unidos.
O ex-presidente democrata Jimmy Carter levantou a ideia recentemente. Os adversários republicanos de Obama se opõem a um esforço que consistiria, segundo eles, em abafar as críticas taxando-as de racistas. Obama se recusou a concordar com a percepção de que ele era visado por ser negro. Nesta segunda-feira, ele aproveitou sua participação em um grande talk-show da rede CBS para pôr fim a essa discussão que corre o risco de desviar as atenções de seus projetos.
“É importante ter consciência de que eu era negro antes de ser eleito”, brincou durante o programa “The Late Show”, do apresentador David Letterman. De maneira mais séria, Obama disse mais uma vez que o debate político se intensifica a cada vez que um presidente ameaça os interesses de grandes sectores. Obama reconheceu que “o país está cansado da guerra” no Afeganistão.
“Teríamos nos saído melhor” se, no início da guerra, os meios necessários tivessem sido dedicados a esse conflito, disse, criticando implicitamente seu antecessor George W. Bush.
Mas Obama, que criticou a guerra no Iraque desde o início, no entanto, pareceu reconhecer no conflito o mérito de dar aos iraquianos a chance de construir uma “democracia que funciona”.