Faz quase 30 anos que os primeiros cinco casos de HIV/SIDA foram documentados nos Estados Unidos e, desde então, activistas, pesquisadores, líderes comunitários e formuladores de políticas empreenderam uma batalha permanente contra uma doença que era acompanhada de medo e mal-entendidos, disse o presidente Obama.
Segundo Obama, o HIV/SIDA foi “uma doença que para enfrentar e conter demoramos demais”. “Nas décadas que se seguiram — com o surgimento de epidemias em países de toda a África e do mundo todo — nos tornamos mais bem equipados, como pessoas e como nações, para combater a doença.” Em 13 de Julho, em Washington, a Casa Branca lançou a Estratégia Nacional Contra o HIV/SIDA para combater a doença que infecta cerca de 56 mil pessoas todos os anos nos Estados Unidos, com mais de 1,1 milhão de americanos actualmente convivendo com o HIV.
A secretária de Saúde e Serviço Social, Kathleen Sebelius, anunciou que um novo fundo de prevenção de US$ 30 milhões, administrado pelo governo federal, será usado para ajudar a implementar a estratégia contra o HIV/SIDA. O financiamento apoiará o desenvolvimento de métodos aperfeiçoados de prevenção da doença, bem como supervisão avançada, testes ampliados e dirigidos e outras actividades correlatas de apoio à saúde, informou. “Nossa estratégia pede esforços enérgicos para instruir os americanos sobre a periculosidade que essa doença ainda apresenta e as medidas de protecção que podem adoptar para si próprios e seus entes queridos”, afirmou Sebelius durante o anúncio na Casa Branca.
A Estratégia Nacional contra o HIV/SIDA é o produto de inúmeras discussões em 14 comunidades americanas, com mais de 4.200 pessoas, e de mais de mil recomendações enviadas à Casa Branca provenientes de todo o país. A estratégia se baseia em três objectivos — prevenção, tratamento e redução de disparidades no sistema de saúde. A Estratégia Nacional é semelhante à Iniciativa Global de Saúde, que tem como alvo o combate ao HIV/SIDA e a outras doenças e questões de saúde em várias regiões do mundo, inclusive na África, onde a doença tem sido particularmente grave, disse Obama.
O financiamento dessa iniciativa foi incrementado, informou. Mas acrescentou que o financiamento é apenas parte dos objectivos da Iniciativa Global. Há também a necessidade de ampliar a capacidade dos sistemas de assistência à saúde. “Por exemplo, o que estamos fazendo em termos de criação de sistemas públicos de saúde e infra-estrutura em locais como a África do Sul para reduzir os casos de infecção?
Não estamos apenas tratando da doença, mas estamos também fazendo um trabalho muito melhor em termos gerais de saúde pública, para que, em primeiro lugar, menos pessoas sejam infectadas”, declarou Obama. De acordo com Obama, isso é uma reorientação da maneira de pensar sobre como lidar com essa doença global.
O financiamento é essencial e o fornecimento de medicamentos anti-retrovirais para o tratamento da doença é fundamental para conter o HIV/SIDA, mas “queremos também criar capacidade ao mesmo tempo”. Essa é uma grande lição aprendida com o combate à doença nos Estados Unidos. Por meio da Iniciativa Global de Saúde (GHI), os Estados Unidos investirão US$ 63 bilhões em seis anos para ajudar os países parceiros a melhorar os resultados da assistência à saúde com sistemas de saúde fortalecidos. A Iniciativa reforça o Plano de Emergência do Presidente para Combate à SIDA (PEPFAR) original, que teve início durante o governo do ex-presidente George W. Bush.
”Reduzir novas infecções por HIV, melhorar a assistência às pessoas que vivem com o HIV/SIDA, diminuir as disparidades nos sistemas de saúde — esses são os objectivos centrais da nossa estratégia nacional”, disse Obama. “Eles devem ser buscados juntamente com nossa estratégia global de saúde pública para afastar a pandemia de nossas fronteiras.”