Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

O que pensam os nossos colegas de profissão

Salomão Moyana, director do Magazine Independente

Na minha óptica, o @Verdade é um jornal que ao longo desse todo tempo veio preencher um espaço que estava vazio, através da introdução de um novo conceito de jornal gratuito. Onde é possível fazer um jornalismo que não se baseie na venda da capa do jornal, porque faz uma abordagem razoável dos diversos assuntos informando com fidelidade ao seu nome, a verdade.

Penso que o jornal deve ir cada vez mais ao encontro do leitor, de modo a que se crie um mercado de comunicação social forte e capaz de rentabilizar o mercado do ponto de vista financeiro e permitindo que se aposte cada vez mais na massificação e diversificação dos conteúdos veiculados.

Tenho a sublinhar que vários são os aspectos positivos patentes no jornal, que passam pela narração factual coerente e precisa das reportagens e entrevistas de carácter informativo, que têm produzido no seio das massas um grande impacto. São aspectos que passam pelo enriquecimento a diversos níveis do panorama social nacional.

O que deve mudar

Não vejo razões para que se mude alguma coisa no jornal porque tem sabido trazer os assuntos com zelo, dedicação e objectividade, fazendo dele um verdadeiro instrumento de informação capaz de gerar mudanças em diversos âmbitos nacionais e internacionais.

São quatro anos de trabalho intenso para melhor informar os cidadãos, apesar de o mercado da comunicação social nacional não estar muito habituado a jornais. Tem sido um verdadeiro veículo de actualização e informação coerente. A idade que hoje completa demonstra o seu crescimento e conquista de um lugar de destaque no mercado da comunicação social e passou a ser uma marca incontornável no país.

O que o jornal trouxe

Trouxe grandes impactos positivos, como a oferta de uma grande plataforma para o diálogo, contribuiu para o adensamento do nosso tecido democrático, maior esclarecimento da opinião pública sobre questões fundamentais da democracia e na construção de um Estado de direito no país.

Quando o jornal entrou no mercado nacional, pensava que não poderia chegar tão longe, mas devido à sua persistência, ao seu comprometimento com o povo de informar, conseguiu firmar- -se no mercado, apesar das vicissitudes existentes e além de que serve os interesses do leitor.

Desafios

O grande desafio para o @Verdade e outros órgãos de comunicação social independentes passa por criar um mercado de comunicação robusto, visando massificar e reactivar o gosto pela leitura de jornais, porque o nível de leitura continua aquém do esperado.

Outro desafio passa por travar uma guerra com as instituições públicas de modo que os anúncios sejam distribuídos a todos os órgãos de comunicação social de forma equitativa e não drenar apenas ao jornal Notícias porque todos nós pagamos os mesmos impostos.

Borges Nhamirre, subeditor do Canal de Moçambique

Penso que ao longo dos quatro anos da sua existência, o jornal @Verdade trouxe para a indústria da comunicação um novo conceito alargado de fazer jornalismo em Moçambique. Um jornalismo de qualidade e gratuito.

O que o jornal trouxe

Não sei se o jornal trouxe algo de novo, mas sei que explorou uma nova área, a dos “sem voz”. Deu voz às pessoas que vivem nos bairros, com histórias humildes, que nunca tinham pensado em ver no jornal, as suas preocupações e anseios na primeira pessoa.

O resultado é que deste tipo de abordagem é que mais pessoas passaram a conhecer esse outro Moçambique, a nossa realidade e essa nova e humilde maneira de informar com emotividade e factualidade.

O que deve mudar

Não vejo muita coisa que possa mudar no jornal, que continue assim como está, pois está num bom caminho. Ele traz um diferencial e é esta diversidade de ângulo de abordagem de que o nosso jornalismo precisa. Há um aspecto que posso considerar negativo é que muitas notícias aparecem assinadas Redacção, dá impressão de que as pessoas estão a esconder-se e não querem identificar-se para o conhecimento da classe e dos leitores. Por isso é algo a melhorar.

Para finalizar o jornal traz um lado muito positivo que deve continuar, por dar e proporcionar aos moçambicanos as multifacetadas notícias gratuitamente em tempo real e com alta qualidade.

Boaventura Mucipo, subchefe de redacção do grupo Soico

Olho para os quatro anos como o momento de consolidação dos vários feitos conseguidos, uma vez que trouxe para o mercado da comunicação uma inovação e espírito empreendedor de fazer o jornalismo.

Acredito que muitos pensavam que fosse apenas uma aventura do @Verdade. Por isso, essa perseverança, persistência e vontade de informar fez com que o povo saísse a ganhar, primeiro porque mostrou que é possível fazer jornalismo e realizar o direito a informação sem que a sociedade tenha de comprar.

Foram quatro anos em que a direcção do jornal soube levar a bom porto o seu destino, foi o assumir de um grande risco perante diversas anomalias que enfermam o mercado da comunicação nacional. Portanto, preocupou-se e bem em trazer à superfície a realidade das nossas populações, chegar aos diversos cantos do país, saiu do comum e criou uma clara identificação com a sociedade, assim como a introdução de uma gestão coerente virada para uma visão empreendedora e inovadora.

O que deve mudar

Penso que devia reduzir o volume de informações de cariz internacional que tem dominado grande espaço no jornal, é necessário que se aposte mais no aumento de matéria nacional, porque é preciso trazer o que é nosso, isto é, nacionalizar a informação veiculada.

Aspectos positivos

Quanto aos aspectos positivos é que tem como sua fonte principal as massas e as suas preocupações. Traz um diferencial que passa por trazer um faro jornalístico mais educativo e interventivo, uma vez que em tempos idos não era patente. Este é o segundo aspecto. O órgão veio quebrar a lógica e o tabu da comunicação social, como são os casos da distribuição gratuita e da consolidação dos êxitos alcançados com muito esforço, o que lhe permitiu ganhar notoriedade e espaço, estando actualmente num patamar muito elevado.

Não podemos pedir muito ao jornal porque tem sabido dar vazão às inquietações da sociedade moçambicana, mas é preciso que continue a informar cada vez mais e melhor.

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