O primeiro-ministro japonês, Taro Aso, anunciou oficialmente nesta terça-feira um novo plano de retomada, no momento em que a segunda economia mundial, atingida em cheio pela crise, vive sua pior recessão desde o fim da guerra.
“Eu ordenei a elaboração de novas medidas econômicas daqui até meados de abril”, declarou em entrevista à imprensa antes de ir para a Cúpula do G20 em Londres.
“Eu quero oferecer um futuro radiante a meus concidadãos em um Japão em boa saúde”, disse, sem revelar no entanto o montante nem a duração deste novo plano.
Ele explicou que as novas medidas estarão voltadas a, entre outros setores, tecnologias, meio ambiente, saúde, indústrias de conteúdo (animação, mangá, música e “J-Pop”), cultura, turismo, para promover os mercados e a presença do Japão no mundo.
Aso já havia anunciado em 13 de março este plano de retomada. De acordo com os cálculos das mídias japonesas, esta quantia deve ser de pelo menos 10 trilhões de ienes (77 bilhões de euros). O governo japonês já anunciou sua intenção de gastar um total de 75 trilhões de ienes (577 bilhões de euros) para relançar a economia.
Esta quantia inclui os dois planos de retomada formais anunciados desde outubro, dos quais um qye comporta uma iniciativa muito polêmica visando oferecer uma soma de dinheiro líquido a cada habitante do país, assim como um envelope adotado dentro do orçamento ordinário para o ano 2009-2010.
Segundo o governo, as medidas de retomada adotadas pelo Japão passarão amplamente a barreira dos 2% do PIB (Produto Interno Bruto), o limite do FMI (Fundo Monetário Internacional). O PIB japonês despencou 12,1% ao ano no último trimestre de 2008.
Segundo as últimas previsões da OCDE, o PIB japonês recuará 6,6% em 2009. Em termos de desemprego, a taxa subiu para 4,4% em fevereiro, contra 4,1% em janeiro, após diversas companhias demitirem no mês passado devido à crise, segundo o ministério de Assuntos Internos.
Os economistas estimavam que a taxa de desemprego ficaria em 4,3% no mês de fevereiro, segundo pesquisa DowJones Newswires. No final de fevereiro, o Japão tinha 2,99 milhões de desempregados, uma alta de 12,4% em relação a 2008.
A população ativa japonesa é de 65,65 milhões de pessoas. Abaladas pela queda nas exportações e pelo recuo dos investimentos no Japão, várias companhias demitiram no mês passado.
Muitos analistas estimam que a taxa de desemprego passará dos 5% durante 2009.