É dos funcionários mais antigos do jornal e está desde o seu primeiro dia de existência. Custódio Chitimela, nasceu no distrito de Morrumbene, em Inhambane, e conta agora 32 anos de idade, dos quais quatro (obviamente) ao serviço do povo.
Soube através de um amigo que em Maputo havia um projecto ambicioso de criação de um novo jornal e que, para o efeito, estavam a ser recrutados jovens para comporem o quadro de pessoal. À partida, Custódio não sabia que função iria desempenhar, até porque não teve nenhuma formação específica para trabalhar num jornal.
No entanto, no dia da entrevista foi informado por Sérgio Labistour, director de distribuição, que iria trabalhar como distribuidor. Aceitou a proposta imediatamente e não tardou que lhe nomeassem armazenista, aquele que certifica a recepção do jornal no dia que este chega da gráfica, faz a sua contagem e orienta a distribuição.
Na altura, o jornal saía à rua às quartas-feiras e devido à sua função, tinha de esperar pela chegada do jornal às terças-feiras. Enquanto o jornal não chegava, Custódio preparava os “legos”, que são os selos que acompanham o jornal que é distribuído nas instituições. Contudo, sentia-se sobrecarregado porque no dia seguinte tinha também de fazer chegar o jornal ao leitor, ou seja, participar na distribuição.
O começo foi muito difícil para ele. O maior obstáculo, segundo conta, residiu na comunicação com os leitores onde muitos não aceitavam levar o jornal por, pretensamente, o associarem a publicações religiosas. Contudo, esse problema foi ultrapassado.
As dificuldades
O ano 2009 foi, na sua opinião, o mais complicado pelo facto de o camião que transportava o jornal de Nelspruit a Maputo chegar de forma recorrente de madrugada. Por exemplo, se o jornal chegasse às 2 horas, Custódio era obrigado também a estar no jornal até às 6 horas para fazer a distribuição.
Os momentos difíceis aconteceram quando a distribuição era feita através de uma camioneta, antes do surgimento das “Txopelas”, que vieram simplificar o trabalho.
O melhor ano De Custódio soubemos que foi em 2011 que sentiu na verdade os ganhos de fazer parte da família @Verdade. Confessa que foi naquele ano “que comecei a trabalhar com gente que dava valor ao meu trabalho, mas não porque dantes não me sentia valorizado”.
Passagem para sexta-feira
Quando o jornal passou a ser distribuído às sextas- feiras, a rotina de Custódio também mudou. “Senti- me bem até porque já estávamos dentro do ritmo da distribuição. Uma das vantagens é que o jornal passou a chegar cedo da gráfica, o que fez com que eu passasse a ter mais tempo de descanso”.
O prazer de fazer parte do @Verdade Custódio não tem em mente algo ou alguém que lhe terá embaraçado no exercício das suas funções, daí que se sinta feliz por fazer parte da família @Verdade. Confessa ainda que já recebeu várias propostas de emprego e algumas melhores que as que tem hoje, ainda assim nunca pensou em abandonar o emprego.
A razão que invoca é a seguinte: “Eu não tive uma formação específica. Tudo o que faço aprendi aqui. O Jornal @Verdade foi, é e sempre será uma escola para mim”.
Para além de armazenista, Custódio é também um dos motoristas que garantem o transporte dos jornalistas.