O juiz espanhol Baltasar Garzón, que ficou internacionalmente famoso nos anos 1990 ao tentar obter a extradição do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, rejeitou, esta Terça-feira, as acusações de prevaricação.
O magistrado, conhecido por investigar causas relacionadas à defesa dos direitos humanos e que despertou enorme atenção mundial, negou também ter violado os direitos fundamentais durante o primeiro dos três julgamentos que enfrenta.
Neste primeiro julgamento, Garzón poderá ser condenado a até 17 anos sem poder exercer a profissão, depois de ter supostamente ordenado a gravação de conversas na prisão dos dois principais envolvidos no caso de corrupção Gurtel, o que pode significar o fim da sua carreira.
O julgamento sobre a sua investigação duma rede de empresas que teria se beneficiado de contratos milionários concedidos por diversas administrações, muitas delas em mãos do Partido Popular, é o primeiro duma odisseia judicial para o magistrado, elogiado por uns e criticado por outros e que está suspenso do seu cargo na Audiência Nacional há quase dois anos.
As outras duas causas, nas quais é também acusado de prevaricação, referem-se à sua investigação dos crimes da era liderada pelo general Francisco Franco, cujo julgamento começará no fim do mês, e ao suposto tratamento judicial favorável ao presidente do Banco Santander, Emilio Botín, depois de a sua instituição ter patrocinado alguns cursos feitos por Garzón em Nova York em 2005 e 2006.