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O. J. Simpson culpado por roubo à mão armada e rapto

O. J. Simpson culpado por roubo à mão armada e rapto

Os crimes incorrem numa possível pena de prisão perpétua. A sentença final será lida a 5 de Dezembro.

Há algo de irónico na condenação da antiga estrela de futebol americano O. J. Simpson por roubo e rapto à mão armada, proferida em Las Vegas na noite de sextafeira – sobretudo para aqueles que crêem que um erro de justiça foi cometido 13 anos antes, quando um outro tribunal norte-americano o ilibou do crime de duplo homicídio qualificado.

Foi com uma expressão taciturna e de total resignação, em silêncio absoluto, que o atleta-feito-actor ouviu por 12 vezes ser-lhe apontada a palavra “culpado”, tantas quantas as acusações que enfrentava pelo assalto violento cometido a 13 de Setembro de 2007 no hotel Palace Station de Las Vegas. Conspiração criminosa, roubo e rapto com uso de arma letal são as principais acusações e incorre numa pena de prisão mínima obrigatória de cinco anos. Mas pode ser-lhe lida, a 5 de Dezembro, uma sentença de prisão perpétua.

 

O caso respeita ao roubo de artigos de memorabilia desportiva, orçados em milhares de dólares, a dois coleccionadores por O. J. Simpson acompanhado por outros cinco homens. Apenas o ex-atleta, de 61 anos, e um dos cúmplices, Clarence Stewart, de 54 anos, foram julgados e condenados – os demais envolvidos no roubo acabaram por negociar com o promotor público e testemunharam contra os réus.

 

Bagagem de culpa

“O veredicto não é um choque. Sabíamos que vinha aí, havia muita bagagem”, avaliou o advogado de O. J., Yale Galanter, avançando que iria recorrer da decisão do júri, obtida ao fim de 13 horas consecutivas de deliberação, depois de quase três semanas de julgamento.

Galanter, que mantém que o seu cliente apenas tentou recuperar bens que lhe tinham sido roubados em 1995, sugeriu que O. J. pagou neste processo a notoriedade alcançada na década de 1990 com a absolvição criminal no chamado “julgamento do século” pela morte da ex-mulher, Nicole Brown Simpson, e um amigo dela, Ronald Goldman. “Toda a gente tem opinião formada sobre O. J. Simpson e isso é preocupante”, defendeu, já depois de o seu cliente ser levado, com as mãos algemadas atrás das costas, da sala do tribunal.

A juíza indeferiu o pedido de O. J. e co-réu aguardarem a leitura da sentença em liberdade, e os dois foram transferidos de imediato para uma cela do tribunal.

A ex-mulher de O. J. e o amigo foram encontrados esfaqueados a 12 de Junho de 1994, num crime de extrema violência, tendo o antigo e muito popular atleta sido acusado por duplo homicídio qualificado.

Ao fim de mais de um ano de um julgamento televisionado e extremamente polémico, O. J. foi ilibado a 3 de Outubro de 1995, exactamente 13 anos antes da leitura do veredicto desta sexta-feira. Para muitos O. J. conseguira enganar o júri.

Dois anos mais tarde, um tribunal civil responsabilizá- lo-ia pelas mortes de Nicole e Ronald, condenando- o a pagar mais de 33 milhões de dólares aos familiares das vítimas.

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