O Governo esteve na Assembleia da República (AR), esta Sexta-feira (19), para responder às perguntas de insistência colocadas pelas três bancadas que constituem o Parlamento moçambicano, uma sessão que ia no seu segundo dia. Durante a sua explanação, os membros do Executivo que foram convidados a intervir, nomeadamente os ministros da Agricultura, José Pacheco, dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, limitaram-se a repetir os mesmos discursos que apresentaram esta Quinta-feira (18). Foram discursos vazios…
Pacheco falou novamente do processo administrativo de exploração florestal no país, enquanto Zucula voltou a reassumir as dificuldades que o seu ministério tem de melhorar o sistema de transportes urbanos de passageiro. Tendo, na altura, falado, de forma superficial, de um plano para o sector.
Zucula explicou que a estratégia do Governo em relação em sector que ele dirige está assente em três vectores, nomeadamente a gestão e manutenção de transportes, no qual se privilegia uma gestão estrutural e mais transparente em contraposição a gestão actual; a manutenção de vias de acesso e o terceiro consiste de criar condições atractivas para o sector privado, através da reestruturação da tarifa, processo que, segundo ele, está a ser estudado.
Entretanto, estas respostas dadas pelo Executivo às perguntas colocadas pelos parlamentares não agradaram os deputados da Renamo, pois, de acordo com porta-voz deste partido, Arnaldo Chalaua, elas são um autêntico “desrespeito ao povo moçambicano.”
“As respostas são para ludibriar a opinião pública,” disse Chalaua, para quem não constituem verdade as indicações do ministro da Educação, Augusto Jone, relativamente ao pagamento de horas extras aos profissionais desta área. A situação real no terreno revela que os professores continuam a leccionar e a viver em péssimas condições. No momento da sua apresentação, o timoneiro da Educação disse e exibiu em slides imagens de escolas que foram construídas ao longo do país. Escolas estas que bancada da Renamo entende que foram construídas pelos Conselhos das Escolas compostas por pais e encarregados de educação e os dirigentes da cada escola.
“Os que construíram as escolas são as comunidades organizadas em Conselho de Escola e o Ministério de Educação apenas quer colher os loiros,” disse Chalaua.
Por seu turno, porta-voz da bancada parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), José de Sousa, diz que ele e seus pares fazem uma avaliação negativa das respostas que obtiveram do Governo. “A avaliação é de grande frustração,” declarou.
De Sousa diz que o Governo esteve aquém das perguntas feitas, no entanto, está satisfeito com o facto de, pelo menos, o ministro de Transportes e Comunicação, Paulo Zucula, ter tido a humildade de reconhecer que tem dificuldades de modificar o actual cenário de transporte.
No entanto a bancada maioritária, a da Frelimo, considera que o Governo levou ao parlamento respostas que estiveram à altura das perguntas que as três bancadas colocaram.“O Governo respondeu o que está a fazer e trouxe os desafios,” vincou.