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O basquetebol moçambicano está num bom caminho mas faltam competições

O basquetebol moçambicano está num bom caminho mas faltam competições

Concluída a fase preliminar da Taça dos Clubes Campeões Africanos a nível da zona Austral, as equipas angolanas, como se esperava, levaram a melhor sobre as moçambicanas. O @Verdade procurou saber dos treinadores angolanos o segredo da manutenção das suas equipas, assim como das respectivas selecções, masculina e feminina, no topo do basquetebol africano.

De acordo com o técnico da equipa sénior masculina do 1º de Agosto, Paulo Macedo, a vantagem das equipas angolanas está na regularidade do seu campeonato, ao contrário de Moçambique.

“Em Angola temos um campeonato com mais de dez equipas, o que torna a prova competitiva e mais regular. Além do campeonato nacional temos outras competições e isso ajuda no desenvolvimento dos atletas e da própria selecção”, disse Macedo para depois acrescentar que “em termos de talentos Moçambique está ao mesmo grau que Angola, mas o que falta são as competições com mais regularidade; só assim é que vão conseguir alcançar grandes resultados a nivel internacional. Nesta prova finda as duas equipas moçambicanas conseguiram criar-nos grandes dificuldades, o que não acontecia no passado”.

Macedo acrescentou que “o trabalho deve partir dos escalões de formação porque é com base nestes que vão surgir jogadores no futuro. As equipas angolanas têm potenciado a formação”.

Por seu turno, Norberto Alves, treinador português ao serviço do Recreativo de Libolo, declarou que se sentiu entusiasmado com o nível das equipas moçambicanas na Taça dos Clubes Campeões.

Todavia, frisou que as mesmas devem melhorar em vários aspectos. “Moçambique tem um enorme potencial no basquetebol. Foi provado nestas eliminatórias de acesso à fase final da Taça dos Clubes Campeões Africanos. Defrontámos o Ferroviário de Maputo composto apenas por jogadores de nacionalidade moçambicana e criou-nos diversas dificuldades; isso mostra que eles estão a apostar forte na formação dos jogadores. A outra equipa, o Ferroviário da Beira, também tem um excelente conjunto, mas parecia não ter ritmo competitivo em relação à outra. Eles precisam de melhorar nos aspectos defensivos assim como ofensivos e na própria organização porque ainda não têm um campeonato regular”.

Instado a falar dos segredos para manter as equipas angolanas no zénite do basquetebol africano, Macedo foi moderado nas palavras.

“Em Angola o basquetebol é levado a sério; talvez seja por isso que as equipas angolanas e as respetivas selecções têm conseguido grandes resultados a nível continental. Para mim o segredo está no trabalho porque sem ele é impossível alcançar êxitos, sem esquecer a durabilidade do campeonato que tem sido uma das vantagens das nossas equipas em relação às outras. O nosso campeonato nacional é um dos melhores de África”.

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