quarto, atiraram-se para a cama, e ficaram a ouvir aquela música de muita dor de cotovelo a chorar até soluçar, normalmente isso vem depois de uma zanga ou duma despedida tempestuosa. Com a tecnologia tudo é diferente. Quando isso acontece, basta colocar as músicas que tínhamos no meu mp3, ou telemóvel, e está resolvido.
E se não as tivermos gravadas sempre podemos ir a algum site e fazer download ou escutar uma dessas rádios cada vez mais popular na web que só passam música romântica ou hevy metal. A tecnologia, sem dúvidas, deixa-nos mais preparados para as desilusões. Isto pode parecer frio, individualista e sem poesia, mas a tecnologia também nos prepara para as reconciliações.
Desde as saudades, o que o Roberto canta há mais de 50 anos, até o poder de estar a fazer amor com alguém, mas com a nossa amada sempre no coração, e no fim podemos sempre fazer à nossa maneira como foi eternizado por Sinatra. Hoje em dia, tudo é mais prático. As nossas fotos são digitais, podemos “deletar” tudo do nosso ex-amor para a lixeira, já não é preciso passar aquele sufoco que é o reencontro ou perder tempo a rasgar o álbum de fotos.
Se decidir voltar para os braços da amada, é muito simples, basta clicar em restaurar e as suas fotos estão salvas novamente, nada de fita adesiva ou cola, ou basta disparar SMS ou mesmo mandar um MMS com aquela foto a fazer beicinho ou um vídeo mais sexy pedindo desculpas.
E os cartões, que já haviam substituído os abraços, agora são virtuais. Se para os tímidos a tecnologia é o milagre que permite quebrar o primeiro gelo, para outros é a forma de desabafar com um desconhecido sobre aqueles segredos mais íntimos. Os amigos fazem-se nas redes sociais e não na escola, falamos com eles pelo skype ou msn, estejam na sala ao lado ou do outro lado do oceano.
Ficou mais fácil encontrar a alma gémea através de relacionamentos onde pedimos para conhecer aquela morena, gordinha, alta de olhos castanhos claros …e, às vezes, ela aparece!