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Nyusi troca pintor por oboísta e revela falta de estratégia para transformar o potencial turístico de Moçambique num catalisador de desenvolvimento

Nyusi troca pintor por oboísta e revela falta de estratégia para transformar o potencial turístico de Moçambique num catalisador de desenvolvimento

Foto da Presidencia da RepúblicaTomou posse nesta quinta-feira (23) a oboísta Eldevina Materula como ministra da Cultura e Turismo, sucedendo ao pintor Silva Dunduro. É mais uma escolha errata para dirigir um sector estratégico e o Presidente Filipe Nyusi revelou o desconhecimento que continua a existir sobre como transformar o potencial turístico de Moçambique num catalisador de desenvolvimento “esperamos que use a cultura como um instrumento dinamizador da actividade turística”, e ainda sugeriu a criação de “sinergias (…)entre a agricultura e o turismo”.

Após empossar a jovem oboísta que não tem nenhum experiência governativa ou empresarial o Chefe de Estado disse que pretende “que a actividade cultural se torne um sector produtivo sem descurar do seu papel de catalisador de promoção da nossa identidade, do sustento de artistas, criadores e outros da sua cadeia de valor. Como uma pessoa conhecedora do impacto da cultura na vida das comunidades esperamos que use igualmente a cultura como um instrumento dinamizador da actividade turística”.

“O potencial turístico do nosso país fez com que o ciclo passado elegêssemos o Turismo como uma das quatro áreas estratégicas e catalisadoras do desenvolvimento dos demais sector, neste ciclo queremos consolidar os passos que demos aumentando a oferta turística e a sua diversificação para os diversos segmentos sociais. O Turismo baseado na cultura e na natureza deve ser uma das nossas principais apostas para empoderar as comunidades”, indicou Nyusi.

O Presidente da República chamou atenção a Eldevina Materula para que “tenha sempre na mente que a Cultura é a nossa maneira de ser e de estar. Os artesãos, os pescadores, os camponeses, os músicos, os transportadores, deverão ser partes integrantes e dinamizadoras das sinergias que podemos criar entre a agricultura e o turismo. Estes grupos encontram-se em todo o lado, na cidade, no bairro e predominante na zona rural e de forma criativa, é lá onde devemos ir promover e divulgar a nossa cultura, a cultura que impressiona o turista nacional e o turista estrangeiro”.

Acontece o Chefe de Estado não podia estar mais equivocado sobre o que é Turismo e como efectivamente o sector pode alavancar o desenvolvimento de Moçambique.

Cultura não vai alavancar o Turismo em Moçambique

“Turismo não é lazer, ficarmos numa praia a dormir, turismo é negócio e é fundamentalmente criar condições para que a nível do tal destino turístico as pessoas que estão estabelecidas (os empresários sejam grande, médios ou pequenos) possam desenvolver as suas actividades para vender o mais possível aos turistas para que o dinheiro seja retido o mais possível a nível do destino”, explicou ao @Verdade o experiente consultor de Turismo Luís Sarmento.

Foto de Adérito CaldeiraSarmento, numa entrevista publicada em 2016, explicou também que outro equívoco político tem a ver com a preocupação “em saber quantas mesas é que existem em restaurantes, quantos trabalhadores existem nos restaurantes enquanto isso não tem nada a ver com turismo”. “Restauração não tem a ver com turismo, é um serviço prestado em qualquer espaço aonde residem pessoas a quem lá reside ou as pessoas que venham visitar o local sejam turistas ou excursionistas. É importante entender um quem são os turistas? Dois o que é que os turistas precisam? Três o que é que se pode fazer para tirar partido da deslocação de turistas a um destino, para desenvolver os serviços prestados localmente para responder ao acréscimo de uma população que existe num determinado destino e que começa a dividir-se no conceito população residente e população visitante flutuante”, esclareceu.

A manutenção da Cultura ao lado do Turismo é outro erro, pois são sector distintos e os artistas nunca vão alavancar o turismo, em Moçambique ou em nenhuma parte do mundo. O contrário sim é uma realidade implementada com êxito nos principais destinos turísticos do globo.

“Os franceses não construíram a torre Eifel para chamar turistas. Construíram a torre para tornar a cidade de Paris um centro de atenção para a própria França. Os franceses não construíram aqueles monumentos que Paris tem para os turistas, construíram para os franceses. A França não se desenvolveu para os turistas, desenvolveu-se para os franceses. E a França é hoje o maior destino turístico do mundo”, explicou Luís Sarmento desmistificado esta ideia de cultura para alavancar o Turismo.

Ao contrário dos números propalados pelos políticos dados do Instituto Nacional de Estatística revelam que as receitas do Turismo têm estado estagnadas nos últimos anos.

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