No Dia em que foram celebrados 57 anos da criação da Organização de Unidade Africana, antecessora da União Africana, o Presidente Filipe Nyusi apregoou “aos jovens devemos desafiar e confiar para o desenvolvimento rápido e equilibrado do continente”, por seu turno o líder do maior partido da oposição, Ossufo Momade, lembrou “que a maior parte dos líderes e movimentos libertadores e percursores das independências, tornaram-se os novos opressores dos seus próprios povos, déspotas e ditadores”.
“A Agenda 2063 foi concebida reconhecendo que os país africanos ainda se debatem com problemas de fome, desigualdade e violência contra a mulher e a criança, crimes como o terrorismo, pirataria marítima entre outros males que devem ser erradicados. O dividendo democrático mais expressivo que temos em África para fazer face aos desafios de hoje é a juventude. Aos jovens devemos desafiar e confiar para o desenvolvimento rápido e equilibrado do continente”, começou por declarar o Presidente da República.
Discursando em Maputo Nyusi perspectivou que “hoje, olhando para o horizonte, nutrimos a certeza que existe capacidade, força e vontade para construirmos como um único continente o sonho dos nosso ancestrais de uma África livre, forte, coesa, próspera e em paz”.
“Regozijamo-nos por estarmos a comemorar o Dia de África neste ano numa altura em que estão em implementação alguns projectos emblemáticos da Agenda 2063, sobretudo o estabelecimento da Zona de Comércio Livre Continental Africana que impulsionará a industrialização e transformação económica. Este exercício está igualmente a potenciar o mercado único de transporte aéreo africano para acelerar as trocas comerciais entre nações africanas e tornar o comércio mais eficaz e vector de crescimento e de desenvolvimento sustentável”, sonhou o Chefe de Estado moçambicano.
Ainda esta segunda-feira (25) o presidente do partido Renamo lembrou que “a nossa África, chamada Berço da Humanidade, libertou-se desses flagelos praticados por estrangeiros. Contudo, verifica-se, com tristeza, que a maior parte dos líderes e movimentos libertadores e percursores das independências, tornaram-se os novos opressores dos seus próprios povos, déspotas e ditadores”.
“Muitos dos nossos países têm independências cinquentenárias e outras caminham largamente para esse marco, como o nosso. Todavia, volvido este tempo, em muitos dos nossos países, longe de vermos um continente em franco desenvolvimento, harmonia social e a aceitar a convivência plural, assistimos flagrantes violações dos direitos humanos, negação dos valores democráticos, má gestão da coisa pública, má governação, ausência de um sistema eficiente de Saúde e Educação, difícil acesso aos bens e serviços básicos como a água potável, energia, o transporte condigno e outras condições materiais e espirituais que proporcionam o bem-estar dos cidadãos”, afirmou Ossufo Momade.
O líder do maior partido de oposição declarou que “os Líderes africanos da actualidade são chamados a eleger filosofias e políticas sectoriais de governação que catapultem as nossas economias e permitam uma África mais democratizada. Muitos países africanos têm recursos minerais, marinhos, faunísticos e florestais abundantes nesta face da terra, mas nem por isso são desenvolvidos, chegando-se à caótica situação de viver-se com menos de um dólar, por dia, quando os rubís, diamantes, petróleo, gás, carvão mineral e outros minérios servem para satisfazer os interesses dos dirigentes”.
“Em contrapartida, esse manancial de recursos não é usado para acabar com a pobreza e a miséria nas nossas nações, razão pela qual milhares de concidadãos africanos preferem, com todos riscos, escalar outros continentes através da imigração ilegal que acabam em mortes, como temos assistido na travessia do mar mediterrâneo. Por outro lado, África continua a ver seus filhos morrendo, nos seus países, por causa de uma simples malária, tuberculose, meningite, ébola, subnutrição ou outras enfermidades”, lamentou Momade.