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Nyusi diz que dedicou-se “a trazer Moçambique de volta aos carris do progresso”, assumindo as dívidas ilegais, cortando 13º, aumentando preço da comida, cortando os apoios aos idosos…

Crise das dívidas ilegais aumentou a pobreza em Moçambique

@VerdadeFilipe Nyusi, numa mensagem de balanço pela passagem, no passado dia 15 de Julho, dos dois anos e meio desde que tomou posse como o quarto Presidente da República de Moçambique, revelou que “na primeira metade do meu mandato dediquei-me a trazer Moçambique de volta aos carris do progresso”. Mas a verdade é que no balanço Nyusi não disse porque decidiu assumir como de todos moçambicanos as dívidas inconstitucionais e ilegais da Proindicus, EMATUM e MAM; esqueceu de mencionar que recebeu do seu antecessor um saco azul com mais de 71 biliões de meticais que tem estado a usar à margem do Orçamento do Estado; não referiu que pela primeira vez o Estado não pagou o 13º salário completo; ignorou que os preços da comida mais do que duplicaram embora a cerveja tenha mantido de preço; e nem reportou os cortes que fez nos subsídios para os idosos e mais pobres.

Ao contrário da percepção generalizada o quarto Presidente de Moçambique quando iniciou o seu mandato, a 15 de Janeiro de 2015, não encontrou os cofres do erário vazios. Filipe Nyusi encontrou 71,5 biliões de meticais em diversas contas bancárias de instituições públicas que violando a lei não canalizaram os valores para a Conta Única do Tesouro.

Por isso o “momento difícil” que Filipe Nyusi menciona na sua mensagem não é de todo verossímil, aliás, de acordo com o Relatório do Tribunal Administrativo sobre a Conta Geral do Estado de 2015, no primeiro ano do seu mandato Nyusi gastou 39,2 biliões de meticais desse valor em despesas paralelas às previstas e aprovadas pela Assembleia da República no Orçamento de Estado.

“A queda dramática dos preços globais de produtos de exportação constrangeu o nosso crescimento económico, ao mesmo tempo que a seca, no sul de Moçambique e as cheias, no norte do país, afectavam vidas e o rendimento de milhões de concidadãos”, reportou Nyusi na sua mensagem. Porém se é certo que a seca que fustigou o hemisfério Sul do nosso planeta colocou mais de 1,5 milhão de moçambicanos em situação de insegurança alimentar a verdade é que as cheias no Norte são Calamidades habituais, e diga-se necessárias para renovar a fertilidade dos solos.

Paralelamente a seca trouxe à tona um velho e conhecido problema que o Presidente Nyusi finge desconhecer: há vários anos que se sabe que a barragem dos Pequenos Libombos está no limite da sua capacidade de fornecimento de água à Maputo, Matola e Boane.

Mas nem com a seca o Governo do quarto Presidente de Moçambique coibiu-se de cortar os fundos que devia investir, como a comparticipação moçambicana, na construção a barragem de Moamba Major, que é uma das soluções para abastecer a capital com o precioso líquido.

Aumento dos preços da comida, corte do 13º … só a cerveja não aumentou durante a governação de Nyusi

Mas é preciso recuar no tempo e recordar que o nosso país, que vive em permanente crise desde a sua independência, viu a crise económica e financeira agudizar quando o Governo de Filipe Nyusi decidiu não repudiar e assumir o pagamento dos empréstimos da Proindicus, EMATUM e MAM mesmo sabendo que para a contratação das mesmas foram violadas a Constituição da República e as leis orçamentais de 2013 e 2014.

E a crise também deixou à mostra que em mais de quatro décadas de independência os moçambicanos ainda são incapazes de produzir a comida que precisam para a sua alimentação digna e equilibrada e como consequência, durante o segundo ano do mandato de Nyusi, o preço dos alimentos disparou em mais de 50% colocando ainda mais moçambicanos a passarem fome e muitos outras, principalmente crianças, em situação de desnutrição crónica.

Ironicamente o único produto que não aumentou durante o mandato de Filipe Nyusi, e até reduziu de preço, foi a cerveja, vá-se lá perceber por que motivo!

Num dos momentos mais marcantes da sua governação, enquanto manteve as mordomias para os seus leais governantes, Filipe Nyusi decidiu pela primeira vez cortar no 13º salários dos Funcionários do Estado.

Ainda na mensagem pela metade do seu mandato Nyusi insistiu na mentira sobre os visitantes que têm escalado o nosso país, “Promovemos a construção de novas infra-estruturas hoteleiras e de restauração, resultando na entrada de cerca de 2 milhões de turistas, significando um crescimento em cerca de 81 mil comparadas ao ano transacto”. Importa no entanto referir que os poucos turistas que têm entrado continuam a ser “presa fácil” para os funcionários da imigração e mesmo agentes da Polícia.

Paralelamente, e não foi referenciado por Nyusi no seu balanço, a criminalidade continua a aumentar particularmente envolvendo cada vez mais jovens que não conseguem empregos, nem mesmo os mais precários.

Nyusi em campanha eleitoral faz novas antigas promessas

Já em ritmo de campanha eleitoral, primeiro para ser eleito o candidato do seu partido em Setembro próximo, o Chefe de Estado começou a fazer novas promessas, sem mesmo ter cumprido a maioria das que fez. “(…)na segunda metade deste mandato, em simultâneo quero empenhar-me em assegurar que os benefícios do nosso crescimento tenham impacto directo e sejam sentidos por cada um dos moçambicanos”.

@VerdadeMuita fé terão de ter os moçambicanos para acreditarem que o Presidente que cortou dinheiro para a Saúde, Educação, Agricultura e até no subsídio para os mais pobres e cidadão da terceira idade continuam na sua mensagem vai cumprir a renovada promessa de “investir na saúde, educação, infra-estruturas, turismo e agricultura, ao mesmo tempo que combatemos vigorosamente a corrupção e todas as suas manifestações”.

Ademais enquanto não forem responsabilizados os Funcionários e Agentes do Estado que endividaram ilegalmente o nosso país Filipe Nyusi não pode falar em real combate a corrupção.

“Como é do vosso conhecimento, através de um diálogo franco, aberto e sem pré-conceitos, com todas as forças vivas da sociedade, incluindo a Renamo temos conseguido uma paz relativa, rumo a consolidação de um ambiente de concórdia e reconciliação entre os moçambicanos. A nossa meta é uma paz efectiva e duradoura” declarou ainda Nyusi na sua mensagem, todavia os moçambicanos começam a perceber que mais uma vez o calar das armas está a ser gerido para garantir a realização de mais um pleito eleitoral e depois logo se verá.

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