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Nyusi coloca pessoas da sua confiança no sector de hidrocarbonetos

Omar Mithá, exonerado nesta terça-feira(11), pelo Presidente Filipe Nyusi, do cargo de vice-ministro da Indústria e Comércio, foi “promovido” a Presidente do Conselho de Administração da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos de Moçambique (ENH, E.P.). Outra mexida, na cada vez mais importante área de hidrocarbonetos, aconteceu no Instituto Nacional de Petróleo (INP) onde Carlos Zacarias também ascendeu ao cargo de Presidente do Conselho de Administração.

Carlos Zacarias, que ocupava o cargo de administrador para a área de exploração do INP, vai agora dirigir a autoridade que regula as Operações Petrolíferas e atribui as licenças de exploração dos hidrocarbonetos que o nosso país tem, através de concursos públicos.

Está em curso mais um concurso, o quinto, de pesquisa e produção de gás em 15 áreas de pesquisa no norte, centro e sul de Moçambique, com uma extensão total de 74.402 quilómetros quadrados, os resultados do concurso deverão ser conhecidos daqui a três meses.

Criada em 1981 a Empresa de Hidrocarbonetos é o “braço” comercial” do Estado nos projectos de gás natural, em curso e em prospecção, e também nas operações petrolíferas. O economista que foi vice-ministro da Indústria e Comércio durante apenas sete meses vai substituir Nelson Ocuane que dirigia a estatal ENH desde 2007.

Reservas de gás estimadas em cerca de 200 biliões de pés cúbicos de gás natural foram descobertas nos últimos anos no nosso país em pesquisas realizadas pelos consórcios liderados pela empresa italina Eni e pela norte-americana Anadarko, na bacia do Rovuma. A ENH é accionista nos projectos da Anadarko e da ENI.

A estatal de Hidrocarbonetos é também sócia da multinacional sul-africana Sasol que explora gás natural em Pande e Temane, na província de Inhambane.

A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, numa clara estratégia de intervir em cada subsector da indústria de petróleo e gás, criou três subsidiárias: a Companhia de Hidrocarbonetos de Moçambique (CMB), a Companhia de Oleoduto de Moçambique (CMG) e a ENH Logistics.

O sector empresarial e algumas organizações da sociedade civil questionam esta estratégia da ENH pois existe pouca transparência em relação aos contratos públicos e à estratégia de expansão da estatal que parece operar numa espécie de monopólio.

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