Fazendo o balanço de meio termo do 2º mês do Estado de Emergência e diante do incumprimento das medidas de prevenção da propagação do novo coronavírus em Moçambique, o Presidente Filipe Nyusi ameaçou: “os próximos 15 dias são decisivos, para determinarmos qual será a nossa forma de estar depois do fim do período desta segunda etapa da emergência decretada, que termina no dia 30 de Maio”. No entanto o Chefe de Estado autorizou o regresso aos treinos dos atletas em preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio… que foram adiados para 2021.
“Embora todos os sub-sistemas de educação não estejam a leccionar na forma presencial, o impacto esperado da implementação desta medida não se cumpre adequadamente, observando-se aglomerados de crianças a brincar na rua, nos mercados e nos transportes públicos, sobretudo nas horas de ponta”, começou por avaliar Nyusi numa Declaração à Nação nesta sexta-feira (15).
O Presidente da República (PR) assinalou que “Com o aumento do número de casos de COVID-19 e como consequência do número de pessoas em quarentena/isolamento domiciliar, aumenta igualmente o número de pessoas que violam a quarentena e/ou o isolamento domiciliar” e apresentou dados relativos a limitação da circulação interna de pessoas que mostram “uma tendência de não cumprimento das medidas inerentes ao encerramento das aulas e da implementação da rotatividade laboral nos Serviços Públicos e Privados. Mais ainda, estes dados indicam uma tendência de retorno à mobilidade normal, contrariando a recomendação de estar em casa”.
“A não observância do cumprimento das medidas de forma individual e colectiva tem estado a facilitar o alastramento da pandemia no país. A prevenção desta doença tem responsabilidade partilhada, pois se o outro não observa as medidas pode prejudicar o próximo, diferentemente de algumas doenças em que a responsabilidade individual tem o maior peso. Volvidas duas semanas depois da prorrogação do Estado de Emergência, a não observância do cumprimento das medidas frustra a expectativa dos moçambicanos, o que poderá forçar o Governo a decretar, nos próximos tempos, medidas mais duras e apertadas que as actuais que, por si só, também não se demostram fácies para todos nós”, avisou o PR.
Nyusi ameaçou: “Permitam-me afirmar que os próximos 15 dias são decisivos, para determinarmos qual será a nossa forma de estar depois do fim do período desta segunda etapa da emergência decretada, que termina no dia 30 de Maio” e deu instruções “as autoridades policiais a todos os níveis e a segurança das instituições reconhecidas são exigidas a intensificar a fiscalização da via pública e trabalharão com vista ao cumprimento das medidas decretadas no âmbito do Estado de Emergência”.
No entanto o Chefe de Estado decidiu “excepcionalmente (…)o regresso aos treinos, dos atletas de alto rendimento e respectivos treinadores que estejam em preparação para os jogos olímpicos, nomeadamente: vela e canoagem, boxe, voleibol de praia, judo, taekwondo, atletismo e natação. Todos no âmbito dos Jogos Olímpicos de Tóquio”. Uma decisão que aparenta ser precipitada afinal a maior competição desportiva do planeta foi adiada de Julho deste ano para 2021 em data ainda não marcada.