O total de mortos no ataque de militantes da Somália a uma universidade no Quênia pode subir para mais de 147, disse uma fonte do governo e a mídia nesta sexta-feira, enquanto a raiva cresce entre moradores por conta do que dizem ter sido uma falha do governo em evitar derramamento de sangue.
Amarrados a explosivos, atiradores mascarados do al Shabaab invadiram o campus da universidade de Garissa, a cerca de 200 quilómetros da fronteira com a Somália, na quinta-feira. Atirando granadas e atirando em estudantes que tentavam se esconder, os agressores no começo mataram indiscriminadamente. Depois, libertaram alguns muçulmanos e passaram a mirar em estudantes cristãos no ataque que durou cerca de 15 horas.
A raiva por conta do massacre cresceu pelo fato dos avisos na semana passada de que um ataque à universidade era iminente. Moradores acusaram autoridades de fazer pouca segurança na região pouco desenvolvida.
Autoridades informaram que cerca de 150 pessoas morreram e pelo menos 79 ficaram feridos, muitos criticamente. Mas com um número incerto de estudantes e funcionários ainda desaparecidos, o número de fatalidades pode aumentar.
O jornal mais vendido do Quénia, Daily Nation, disse, citando fontes, que o número de mortos iria aumentar significativamente.
A violência vai aumentar a pressão sobre o presidente Uhuru Kenyatta, que luta para impedir frequentes ataques militantes com armas e granadas que destruíram o turismo vital do país e a imagem no cenário internacional.
Mais de 400 pessoas foram mortas pelo al Shabaab, grupo aliado à al Qaeda, desde que Kenyatta assumiu em abril de 2013. O grupo al Shabaab diz que os ataques são uma retaliação pelo Quénia ter enviado tropas à Somália para lutar contra o grupo, junto com outras missões de paz da União Africana.
Sobreviventes do ataque em Garissa falaram de execuções impiedosas pelos agressores, que procuraram nas salas de aula e dormitórios por estudantes não-muçulmanos.