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Novo míssil russo ilumina o céu da Noruega

O exército russo amargou um sério revés após o novo fracasso de um lançamento de míssil intercontinental que deveria ser a joia de suas forças estratégicas, um teste que pode estar na origem de um misterioso brilho aparecido no céu do norte da Noruega.

O ministério da Defesa anunciou na quinta-feira que o teste de um míssil Boulava lançado na véspera no Mar Branco (norte) do submarino Dmitri Donskoï fracassou em decorrência de uma falha técnica. “Os dois primeiros estágios do foguete funcionaram normalmente, mas uma falha técnica aconteceu durante a trajetória: o motor do terceiro não funcionou corretamente”, disse, em comunicado, destacando que uma comissão examinava as causas do incidente. Este nono revés é “muito embaraçoso para a Rússia que pode perder até 2030 sua posição nuclear mundial se os problemas não forem resolvidos até lá”, advertiu o analista russo Pavel Felgenhauer.

Tanto que quase a metade de orçamento de compras do ministério da Defesa está hoje dedicada ao projeto Boulava, segundo a imprensa russa. Doze testes de mísseis Boulava foram efetuados desde 2005 e oito deles fracassaram, o último em 15 de julho, o que levou à demissão do responsável do projeto. “Esta situação pode ter consequências graves para a Rússia, que se arrisca a perder a componente marítima de suas forças nucleares estratégicas”, disse o especialista independente Alexandre Konovalov, presidente do Instituto de Avaliações Estratégicas. Aos olhos de Felgenhauer, “a indústria russa da defesa está tão desmontada que não consegue fazer funcionar um sistema complicado”.

O Boulava, originado do míssil Topol-M terra-terra (o SS-27 na nomenclatura americana), foi feito para ser lançado de um submarino. Passar de um foguete terra-terra a um foguete mar-terra é muito complicado”, segundo os especialistas. Por sua vez, as Forças Estratégicas russas anunciaram ter procedido na quinta-feira, com sucesso, um teste do míssil estratégico móvel Topol RS-12M (SS 25 Sickle segundo a classificação da Otan), ao norte do Mar Cáspio, que atingiu seu alvo no polígono militar de Sary-Chagan, no Cazaquistão vizinho. O teste de Boulava antes do amanhecer na quarta-feira coincidiu com o surgimento de um objecto voador não identificado no céu do norte da Noruega, segundo o jornal russo Kommersant.

“Não podemos confirmar isso 100%, mas é muito possível que era um míssil, pela rotação que apresentava”, afirmou Odd Eric, professor no Instituto Norueguês do estudo da Aurora Boreal, citado pelo jornal. Uma luz branca apareceu no céu acima de Tromso, cidade norueguesa situada ao norte do Círculo Polar Ártico, não longe do estreito onde são realizados os testes de mísseis russos.

“Estas luzes e nuvens aparecem de tempos em tempos quando um míssil fracassado nas alturas da atmosfera fracassa”, explicou Felgenhauer. “Este teste fracassado terá sido, pelo menos, um lindo fogo de artifício para os noruegueses”, ironizou os especialistas. Com alcance de 8.000 km, o Boulava (SS-NX-30 na classificação da Otan) pode ser equipado de dez ogivas nucleares.

O míssil deve equipar os submarinos nucleares lançadores de engenhos de 4ª geração da marinha russa de classe Borée (projeto 955) que estão em construção na usina Sevmach. A Rússia prevê construir oito submarinos deste tipo até 2015.

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