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Novo alerta de cheias para o centro de Moçambique

A Direção Nacional de Águas em Moçambique recomendou a “retirada imediata” das populações que vivem ao longo da bacia do rio Licungo, na Zambézia, porque o nível das águas voltou a subir após as cheias ocorridas em Janeiro. “A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia demosntra que chuvas fortes vão continuar a cair durante as próximas 48 horas. Recomendamos a retirada, com efeitos imediatos, das pessoas que vivem em zonas de risco e evitar a travessia de rios sem pontes”, disse na quinta-feira Hélio Banze, diretor adjunto da Direção Nacional de Águas.

Segundo a Direção Nacional de Águas, as chuvas intensas que caem na região provocaram uma nova subida do caudal do rio Licungo, que subiu 17 centímetros acima dos seis metros de alerta estipulados e ameaça interromper de novo a única estrada que liga o centro ao norte do país. A ponte sobre o rio Licungo, em Mocuba, na província da Zambézia, desabou parcialmente a 12 de janeiro, deixando intransitável durante cerca de um mês a Estrada Nacional Número 1, a única que liga o sul e centro ao norte de Moçambique.

“Ainda estamos no mês de Fevereiro, a época chuvosa termina em Março. Nós temos de continuar a controlar os níveis das bacias hidrográficas”, afirmou o diretor adjunto da Direção Nacional de Águas.

Pelo menos 160 pessoas morreram e mais de 188 mil foram afetadas pelas cheias nas províncias do centro e do norte do país. Só na Zambézia, 137 pessoas morreram, 64 foram dadas como desaparecidas e mais de 40 mil perderam as suas casas em resultado das cheias, que alagaram campos agrícolas, destruíram salas de aulas, estradas, pontes e rede elétrica. Paralelamente aos estragos provocados pelas cheias, um surto eclodiu nas províncias assoladas pelas enxurradas, matando 37 pessoas, de um total de 2.903 de doentes.

Moçambique é ciclicamente assolado por cheias durante a estação chuvosa, que tem o seu pico entre janeiro e fevereiro, por localizar-se a montante de algumas das principais bacias hidrográficas da África Austral, e as enxurradas tem sido acompanhadas por epidemias de cólera que provocam dezenas de óbitos.

Em Niassa, segundo Governo provincial, mais de 14 mil pessoas foram afetadas pelas calamidades e 4.203 casas foram destruídas. Os dados foram avançados no âmbito da visita, na quinta-feira à região, do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para observar os estragos causados pela catástrofe.

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