Tomou posse, esta quinta-feira (27), em Maputo, a nova direcção do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Química e Afins (SINTIQUIAF). Na sua aparição, logo depois de assumir as rédeas do organismo, exteriorizou a pretensão de acabar com as alegadas perseguições contra os sindicalistas, algo promovido pelas entidades empregadoras.
Jéssica Gune disse, na qualidade de nova secretária-geral daquele sindicato, que tais perseguições e intimidações criam dificuldade no exercíciode sindicalismo em Moçambique.Ela socorreu-se de um relatório apresentado em Novembro passado, durante o II Congresso da sua agremiação, para afirmar que cerca de metade dos trabalhadores do ramo da indústria quimica e áreas afins ainda não está filiada ao sindicato,“facto que é preocupante”.
Em todo o país, o SINDIQUIAF conta actualmente com 6.792 membros dos ramos de borracha, papel, gráfica, têxtil, vestuário, couro e calçado.
Nas palavras da secretária-geral, uma das razões que faz com que um número considerável não seja membro do SINTIQUIAF é o facto de muitas empresas da indústria química não canalizarem os descontos dos trabalhadores para o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).
Isto prejudica os contribuintes quando atingem a idade da reforma porque ficam sem pensão. Outras firmas ainda não encaminham sequer as quotas sindicais, o que também dificulta o funcionamento do Sindicato.
Num outro diapasão, Jéssica Gune disse que no seu mandato pretende massificar os comités sindicais já estabelecidos e criar outros ao nível das empresas onde não existem. Entretanto, para alcançar este e outros desideratos, há “fortalecer a intervenção sindical, tendo como base o princípio de ampla participação dos membros e dos trabalhadores em dos nossos ramos de actividades”.
Deverá igualmente apostar na capacitação dos sindicalistas e no diálogo permanente com a direção das empresas para juntos discutirem os assuntos que dizem respeitos às partes. “A negociação colectiva e celebração de acordos com as empresas constituem umas das nossas prioridades.”
Por sua vez, o secretário-geral da Organização dos Trabalhadores Moçambicano–Central Sindical (OTM-CS), Alexandre Munguambe, referiu que um dos grandes desafios do SINTIQUIAF saber tirar proveito das descobertas, em massa, dos recursos energéticos no país. “Esperamos uma maior intervenção na avaliação do impacto social desses projectos na criação de postos de trabalho.”
Empossados
Além da secretária geral do SINTIQUIAF, tomaram posse os secretários da cidade e provincia de Maputo, Francisco Tchemane e Aurora Cumbane, respectivamente. Foram também empossados três secretários sectórias: Bartolomeu Nhamirre, Lourino Alberto e Maria Magaia.
O Conselho Fiscal é constituído por António Jeremias, Inocêncio Manjate e Albino Vilanculo, este último esteve ausente da cerimónia. As vogais são Maria Tembe, Ana Muchanga e Leopoldina Chamo.