As autoridades na Nigéria dizem ter descoberto milhares de raparigas nigerianas que foram forçadas a trabalhar como prostitutas no Mali. Elas descreveram o que encontraram como sendo ‘campos de escravas’ povoados por raparigas que haviam sido enganadas por traficantes de seres humanos. A Agência Nigeriana para a Proibição do Tráfico de Pessoas, NAPTIP, diz que até 40 mil raparigas nigerianas poderão ter sido forçadas a trabalhar como prostitutas no Mali.
John Dashe, o investigador-chefe da NAPTIP, diz que a agência recebera uma série de denúncias sobre o problema. Em resposta, foi decidido lançar-se uma investigação secreta. Ele disse ter testemunhado pessoalmente as condições em que as raparigas trabalhavam: “As raparigas são levadas de casas controladas. Trabalham das sete às duas da manhã e depois são levadas de regresso aos seus aposentos, onde são controladas. Elas não podem sequer conversar com os homens com quem dormem sobre outros assuntos, a não ser sobre sexo.”
De acordo com a NAPTIP, os bordéis são geridos por mulheres nigerianas, que controlam tudo – desde as deslocações das raparigas aos seus salários. Alguns bordéis têm, aparentemente, clínicas para abortos, para acabar com gravidezes indesejadas. A NAPTIP afirma que a maior parte das vítimas é dos estados nigerianos do Delta e de Edo.
Ao que tudo indica, foram aliciadas a deixar as suas casas com promessas de trabalho respeitável na Europa. John Dashe diz que a sua agência vai trabalhar com as autoridades malianas para ajudar as raparigas a regressar às suas casas, se assim o desejarem.