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Nigéria inicia diálogo mediado com Boko Haram

O governo da Nigéria deu início, semana passada, a conversas indirectas de paz com a seita islâmica Boko Haram, reunindo-se com os mediadores para discutir um possível cessar-fogo, disseram à Reuters fontes políticas e diplomáticas, Quinta-feira.

Duas pessoas próximas ao grupo Boko Haram têm levado as mensagens entre o autoproclamado líder da seita, Abubakar Shekau, e as autoridades do governo, disseram as fontes, que pediram para não ser identificadas.

Não estava claro se os mediadores encontraram-se pessoalmente com o presidente Goodluck Jonathan.

Um porta-voz da Presidência não quis comentar o assunto. O Boko Haram diz que quer impor a sharia, a lei islâmica, no país dividido entre cristãos e muçulmanos.

O grupo matou centenas de pessoas este ano em ataques a bomba e com armas, na sua maior parte na região norte do país, de maioria muçulmana.

“O BH (Boko Haram) mencionou um cessar-fogo condicional, mas quer todos os seus integrantes fora da cadeia. O governo considera isso inaceitável, mas está disposto a libertar os soldados”, disse à Reuters um líder tradicional e activista de direitos civis envolvido nas negociações, que pediu para não ter o seu nome citado.

“É a primeira vez que se menciona um cessar-fogo, portanto é bem positivo, mas, dada a falta de confiança, a resolução ainda está longe”, acrescentou ele.

O conselheiro de Jonathan para segurança nacional, general Owoye Andrew Azazi, disse à Reuters, em Janeiro, que a Nigéria considerava a possibilidade de entrar em contacto com membros moderados do Boko Haram via “canais laterais”.

Uma fonte na Presidência confirmou que estão a ser feitos esforços em direcção aos negociadores da seita, mas que o diálogo directo ainda não havia começado.

Um clérigo islâmico bastante respeitado foi contactado para falar com eles, disse ele. Shekau aparece em dois vídeos publicados no YouTube, em Janeiro, a reivindicar a liderança da seita e a fazer ameaças bélicas às forças de segurança.

Depois disso, entretanto, os militares da Nigéria fizeram algumas prisões de pessoas importantes e alguns importantes integrantes da seita foram mortos.

Ao mesmo tempo, a sofisticação e a escala dos ataques do grupo foram reduzidas, em comparação com a onda de ataques letais executados entre Novembro e Janeiro.

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