A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) não conseguiu obter financiamento de nenhuma das instituições financeiras que abordou durante o ano passado para financiar a sua participação no Consórcio que vai explorar o Gás Natural Liquefeito (GNL) existente no Campo de Golfinho Atum, mesmo tendo uma Garantia Soberana do Estado moçambicano.
No Orçamento de Estado de 2019 o Governo de Filipe Nyusi incluiu uma Garantia Soberana de 136,1 biliões de meticais (equivalente a 2,2 biliões de dólares norte-americanos) “para o Apoio do Sector Empresarial do Estado da Indústria Extractiva”.
A Garantia Soberana aprovada pela Assembleia da República destinava-se a avalizar o financiamento que a ENH precisa para realizar a sua participação de 15 por cento no Desenvolvimento do projecto de exploração de GNL existente na Área 1 Offshore da Bacia do Rovuma, na Província de Cabo Delgado.
O @Verdade apurou que foram dezenas as instituições financeiras internacionais abordadas e nem mesmo a ajuda do Banco Africano de Desenvolvimento foi catalisadora de financiamento a condições de juro razoáveis, pois Moçambique continua classificado como Estado “caloteiro” e as contas da contas do braço comercial do Governo no sector de Petróleos são dúbias.
No entanto é expectável que a Garantia Soberana seja novamente integrada no Orçamento de Estado de 2020 para que com um novo Instrumento de Apoio à Política Económica do Fundo Monetário Internacional a ENH consiga enfim o financiamento que necessita.
Recorde-se que o @Verdade revelou que enquanto não consegue este financiamento bancário a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos tem viabilizado os necessários investimentos em curso que nos campos de Coral Sul, , e de Golfinho Atum, na Área 1, através de endividamentos junto das petrolíferas de que é parceira.
Às petrolíferas parceiras na Área 4 a ENH deve cerca de 1,1 bilião de dólares norte-americanos, sem incluir os custos dos empréstimos, e aos sócios na Área 1 a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos aproximadamente 1,4 bilião de dólares relativos as despesas incorridas pelo Consórcio desde o início das actividades de pesquisa em 2006 acrescidos dos investimentos em curso desde a Decisão Final de Investimento no ano passado.