O último livro de Nelson Mandela, “Conversations with Myself”, que contém extratos das cartas que ele escreveu durante os 27 anos passados em prisão, será comercializado apartir de terça-feira em 22 países e em 20 línguas. A obra, prefaciada pelo Presidente norte-americano Barack Obama, reflecte a dor de Mandela face ao preço que o activismo político fez pagar à sua família.
“Tenho a impressão de estar mergulhado num banho de amargura, cada parte do meu corpo, da minha carne, do meu sangue, dos meus ossos e da minha alma são tão amargos que estou completamente impotente de te ajudar durante os terrores que atravessas”, disse o ex-Presidente sul-africano numa carta enviada em 1970 à sua esposa da época, Winnie, detida numa cadeia de Pretória.
O livro aborda igualmente a sua preocupação que o mundo tenha uma imagem falsa dele ao apresentá-lo como um santo. “Nunca fui santo, mesmo se se baseiar numa definição terra de santo que é um pecador que tenta melhorar-se”, escreveu Mandela.
A obra foi redigida por uma equipa de arquivistas, de editores e de colaboradores que estudaram décadas de notas, de cartas e registaram conversas e outros documentos.
No prefácio do livro, o Presidente norte-americano, Barack Obama, descreve Mandela como uma lenda viva. “Sob a história que se fez, há um ser humano que escolheu a esperança face ao medo, o progresso face às cadeias do passado. Ele vem-me no espírito que mesmo se ele se tornou numa lenda conhecer o homem é respeitá-lo ainda mais”, escreveu Obama.