Cerca de 52 milhões de dólares norte-americanos são necessários para concluir as obras de reabilitação da barragem de Massingir, “empreendimento importantíssimo para minimizar o impacto negativo das cheias no estratégico vale do Limpopo”, segundo Hélio Banze, director nacional adjunto de Águas.
Segundo ainda Banze, neste momento, o Governo dispõe de apenas 39 milhões de dólares para aquele programa, desembolsados pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), “mas estou optimista que o valor em falta vai ser disponibilizado pelos parceiros externos, isto devido à importância da barragem para a contenção da gravidade de cheias no Sul do país”, realçou Banze, falando em entrevista ao Correio da manhã.
A barragem ficou danificada devido às enxurradas de 2006 e voltou a ser destruída em 2008, um ano após a sua reabilitação, mercê de um financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento (BD) avaliado em 60 milhões de dólares.
Um outro financiamento foi recebido no valor de 20,6 milhões de dólares para as mesmas obras de restauro, visando garantir a irrigação dos cerca de 90 mil hectares do vale do Limpopo e produzir 35 megawatts de energia eléctrica e contribuir no melhoramento da produção alimentar, para além de conter águas das cheias vindas da África do Sul.
Óbitos
As cheias que se registam presentemente já provocaram a morte de cinco pessoas e ferimento de outras 15, na província de Gaza, de um universo de cinco mil famílias afectadas e 120 casas destruídas na totalidade, segundo Dulce Chilundo, do Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE).
Entretanto, o Governo moçambicano já iniciou a mobilização de mais apoio junto de potenciais parceiros externos para apoiar “a rápida viabilização do projecto de reabilitação e modernização da estratégica barragem de Massingir”, segundo ainda o director nacional adjunto de Águas, instituição dependente do Ministério das Obras Públicas e Habitação.
As presentes cheias no Sul de Moçambique já provocaram cortes na Estrada Nacional Número Um (EN-1), interrompendo, assim, a ligação por esta via entre o Sul, Centro e Norte do país.
O cenário é mais triste em Gaza, concretamente, nos distritos de Chókwè, Chibuto, Macia, Mandlakazi e Xai-Xai, onde cerca de cinco mil camponeses foram afectados e mais de mil casas destruídas.
As vias de acesso Macarretane/ Mabalane, Xai-Xai/ Campus da Universidade Pedagógica, Chicumbane/Zongoene e Xai-Xai/Chihaulene estão intransitáveis, o mesmo acontecendo com os troços Xai-Xai/Nhacutse, Mandlakazi/ Chalala e Mandlakazi/ Chinhanguanine, segundo Dulce Chilundo, do CENOE.
O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) já disponibilizou barcos nos distritos do Chókwè e Chibuto para facilitar a travessia de pessoas e bens.