Um navio iraniano carregado com açúcar brasileiro foi sequestrado a leste do Oceano Índico no início desta segunda-feira, com 23 tripulantes a bordo, segundo observadores de transporte marítimo.
O navio levava mais de 63 mil toneladas da carga quando deixou o Brasil, maior exportador mundial de açúcar, de acordo com dados do setor. O Eglantine, que segundo dados de transporte da Reuters carregou no Rio de Janeiro no final de fevereiro, foi sequestrado fora da costa sudoeste da Índia, por supostos piratas somalis, disse a missão da NATO contra pirataria.
Gangues piratas armadas estão a ganhar milhões de dólares em resgates e são capazes de ficar no mar por longos períodos, utilizando navios mercantes capturados como naves-mãe. A crise de segurança do transporte custa bilhões de dólares ao comércio mundial por ano.
Ataques tão longes da Somália como o sequestro desta segunda-feira são raros. Embora a NATO, a UE e as forças navais iranianas estejam tentando proteger a marinha mercante, o Oceano Índico é muito grande para que eles efetivamente patrulhem tudo.
Os EUA identificaram o navio como sendo operado por empresas de transporte do governo iraniano, na lista negra de Washington. O Irão deve importar 1,6 milhão de toneladas de açúcar em 2011/12, de acordo com a Organização Internacional de Açúcar (OIA). No entanto, as sanções ocidentais têm tornado difícil para o Irão pagar por alimentos básicos através do sistema bancário global, ainda que os géneros alimentícios não sejam alvo das sanções.