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NATO exige que a Rússia retire as tropas da Ucrânia

A NATO exigiu, esta quinta-feira (5), que Moscovo retire as suas tropas da Ucrânia, e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e os seus aliados ocidentais prometeram apoiar Kiev e reforçar as suas próprias defesas contra a Rússia, sua maior mudança estratégica desde a Guerra Fria.

Os líderes da Organização para o Tratado do Atlântico Norte deixaram claro na cúpula no País de Gales que não irão usar a força para defender a Ucrânia, que não é membro da aliança militar, mas que planeiam sanções económicas mais severas para tentar mudar o comportamento da Rússia no território ucraniano.

O encontro de dois dias foi marcado pelo impasse mais sério entre Ocidente-Leste desde a queda do Muro de Berlim, 25 anos atrás, e do colapso do bloco soviético, assim como o alarme com as conquistas territoriais do Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

As autoridades ocidentais expressaram uma profunda cautela em relação à menção do Kremlin a um cessar-fogo iminente na revolta armada de cinco meses dos separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, que veio no momento em que a NATO reunia-se e a União Europeia prepara novas sanções.

As declarações anteriores como esta mostraram-se “uma cortina de fumaça para a desestabilização contínua da Ucrânia”, disse o secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, aos repórteres depois de os 28 líderes encontrarem-se com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko.

“Conclamamos a Rússia a retirar as suas tropas da Ucrânia e deter o fluxo de armas, combatentes e fundos para os separatistas. Conclamamos a Rússia a evitar o confronto e seguir o caminho da paz”, disse Rasmussen.

Poroshenko, cujas forças sofreram uma série de revezes na última semana, afirmou aos jornalistas que irá ordenar um cessar-fogo na sexta-feira caso se assine um acordo sobre um plano de paz para encerrar a guerra no leste do seu país durante as conversas em Minsk, capital da Bielorrússia.

“O que precisamos agora para ter paz e estabilidade são duas coisas: a Rússia retirar as suas tropas e fecharmos a fronteira”, declarou Poroshenko. O líder evitou falar em ressuscitar a campanha ucraniana para que o país seja aceito na NATO, o que a França e a Alemanha rejeitam por medo de que isso exacerbe as tensões com Moscovo e os arraste para uma guerra.

O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, ressaltou a oposição de Moscovo à aceitação da Ucrânia na aliança militar, alertando que quaisquer tentativas de pôr fim ao status de não-alinhado do país poderia representar um risco à segurança, e acusou os EUA de apoiarem “o partido da guerra” em Kiev.

Depois de uma semana de comentários desafiadores do presidente russo, Vladimir Putin, Lavrov afirmou que a Rússia está pronta para adoptar medidas práticas para amenizar a crise e exortou Kiev e os rebeldes a darem atenção às propostas de cessar-fogo apresentadas por Moscovo na quarta-feira.

A NATO suspendeu a cooperação de segurança com a Rússia em Março, quando o governo Putin anexou a Crimeia, mas os líderes da aliança não chegaram a cortar os laços políticos, embora os tenham colocado no gelo, na esperança de uma reaproximação no futuro.

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