A Federação Moçambicana de Natação (FMN) decidiu adiar para a próxima semana a realização dos campeonatos nacionais da modalidade, que deviam ser disputados desde a última quarta-feira (22) na cidade de Maputo. Questões administrativas estão por detrás desta decisão.
As competições “Nacionais” terão lugar de 29 do mês em curso a 2 de Fevereiro próximo. Entretanto, os representantes dos clubes inscritos para o certame, nomeadamente as associações de Maputo (ANCM) e Sofala (APNS), manifestaram a sua indignação pelo adiamento do mesmo a 24 horas do seu arranque, sublinhando que não é primeira vez que a FMN age desta forma, recordando situações semelhantes registadas nos últimos anos.
O secretário-geral da ANCM, Caetano Rúben, disse na terça-feira (21) que os clubes filiados à agremiação estão desapontados com a situação. Indignado está igualmente o Ferroviário da Beira, único representante da APNS nas provas, confirmada a desistência do Clube Náutico e da Universidade Pedagógica, também da capital provincial de Sofala.
Aliás, os “locomotivas” da Beira são os maiores prejudicados pela surpreendente decisão. Segundo fonte do clube, a colectividade havia já mobilizado todos os recursos logísticos com vista à participação nos “Nacionais” e comprado passagens na quarta-feira (22) passada. A viagem dos beirenses para Maputo estava marcada para segunda-feira (20) e terça-feira (21), visto que a comitiva estava dividida em dois grupos.
“Tivemos uma informação verbal do secretário-geral da APNS segundo a qual os campeonatos foram adiados. Disse que recebeu a notícia telefonicamente do secretário técnico da FMN, Rui Xavier, no sábado (18). A informação colheu-nos de surpresa e muita indignação, porque já tínhamos comprado as passagens e com este adiamento à última hora teremos que pagar custos adicionais às Linhas Aéreas de Moçambique por causa dos transtornos causados à empresa”, lamentou a fonte, que afirmou que foi com muito esforço que o clube conseguiu garantir passagens para alguns atletas, depois de a FMN ter apresentado dificuldades em comparticipar nas despesas de transporte dos clubes visitantes.
“Na impossibilidade de viajarmos via terrestre, devido aos ataques dos homens armados da Renamo no troço Muxúnguè/Save, tivemos que reduzir o número de atletas devido aos custos. Aliás, na impossibilidade de a FMN comparticipar nos custos de transporte, o Clube Náutico e a Universidade Pedagógica da Beira viram-se obrigados a desistir do evento”, contou.
