Custa acreditar como vai indo este país. Com tantos discursos que temos vindo a ouvir da melhoria disto ou aquilo, mas em muitos casos a realidade provanos o contrário. Há ainda partos que acontecem fora dos hospitais, não por culpa das parturientes mas desta vez tudo recai as autoridades sanitárias deste país. Bajone é um posto administrativo do distrito da Maganja da Costa, província da Zambézia.
Naquele posto, as mulheres quando vê o aproximar da data do seu parto, nem sequer dirigem-se ao Centro de Saúde local para receberem cuidados médicos para que tenham um parto seguro. As parturientes dizem que não há diferença entre nascer no hospital e em casa e explicam o porquê. É que no centro de saúde local, onde as parturientes deveriam encontrar condições básicas, neste caso camas para a sua acomodação, as camas estão sem colchões desde que o centro foi aberto. Não se sabe o porquê disso tudo, dai que a maior parte dos partos são feitos em casa, mesmo sabendo dos riscos que passam. “Muitas mulheres grávidas preferem nascer nas suas casas, porque vir no hospital para dormir naquelas camas, não vale pena”-disseram algumas parturientes num comício popular orientado pelo governador da província da Zambézia, Francisco Itai Meque, que esteve de visita a aquela região da província.
“De facto não há colchões”
Confirma o chefe do centro Se por um lado as inquietações vieram de quem sofre as coisas na pele, neste caso as populações, o chefe do centro de saúde em causa, afirmou que a situação vem se arrastando já há bastante tempo e ele não vê soluções para contornar a situação. Bento Jaime, chefe daquele centro disse que nos últimos anos, os partos hospitalares tem vindo a diminuir e as populações já vieram informar que vale pena fazer partos em casa do que no hospital. Jaime acrescentou também que mesmo com tantas sensibilizações, as populações não aceitam vir fazer partos no centro de saúde e colocam como condição a colocação de colchões nas camas. “Eles dizem que virão ao centro se houver colchões nas camas, caso não, vão continuar a fazer partos em casa”- disse o chefe do centro.
Bebé morre depois da queda
Na mesma ocasião, as populações informação ao governador que num passado não muito distante, um bebe recémnascido, perdeu a vida depois de ter caído numa das camas sem colchões daquela maternidade. Com muita dor, as populações pediram ao governador para rever esta situação que deixa cada vez mais longe a relação entre as populações e a procura de cuidados de saúde.
Itai diz que está chocado, mas não dásoluções
Estes constrangimentos todos foram apresentados ao governador da Zambézia, Francisco Itai Meque, que esteve de visita ao distrito da Maganja da Costa, recentemente. Depois de ouvir estas lamentações vindas da população, Itai diz estar constrangido com a situação, mas minimizou dizendo que alguns centros de saúde foram construídos para responder questões rápidas, dai que o governo está neste momento a fazer de tudo para equipar. Neste momento, de acordo com o governador, há esforços para que todos centros de saúde estejam equipados, razão pela qual, o de Bajone não vai estar fora. Refira-se que em média, são registados 30 partos mensalmente naquele posto administrativo, mas a maior parte fora da unidade sanitária.