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Nasa confirma que sonda Voyager 1 saiu do sistema solar

A sonda Voyager 1, da agência espacial americana (Nasa), tornou-se o primeiro objeto feito pelo homem a entrar no espaço interestelar e abandonar o sistema solar, informou nesta quinta-feira o órgão.

Os cientistas explicaram que a nave espacial não tripulada cruzou a fronteira magnética que separa o Sol, os planetas do sistema solar e o vento solar do resto da galáxia. O anúncio foi feito mais de 36 anos depois de a nave espacial não tripulada começar a viagem que deu à humanidade as primeiras imagens em primeiro plano de Júpiter e Saturno antes de se dirigir ao espaço profundo.

“Ao sair da heliosfera e se estabelecer nos mares cósmicos entre as estrelas, a Voyager se uniu a outros eventos históricos de exploração como a primeira circunavegação da Terra e os primeiros passos na Lua”, disse Ed Stone, cientista chefe da missão. “Estamos numa nova região do espaço, onde nada nunca esteve antes”, enfatizou.

Segundo a Nasa, a Voyager 1 está atualmente a 18,8 bilhões de quilómetros da Terra. As especulações de que a sonda tinha saído do sistema solar repetiram-se nos últimos anos, mas só hoje a Nasa confirmou que as provas magnéticas permitem afirmar com segurança que a nave superou a barreira do alcance solar.

Em março, vários cientistas de fora da agência apresentaram dados na revista “Science” argumentando que a sonda tinha chegado ao espaço interestelar em 25 de agosto do ano passado, mas Stone alertou que ainda era preciso detectar certas mudanças no campo magnético para confirmar a informação.

A heliosfera, essa região pela qual transitava até há um ano a Voyager 1, é uma enorme massa de partículas solares que envolve os planetas e os protege da radiação galáctica, enquanto agora, no exterior dela é um espaço escuro e frio entre as estrelas.

As naves gémeas, Voyager 1 e Voyager 2, foram lançadas em 1977 para uma primeira missão. O objetivo da 1 era explorar Júpiter e Saturno, e a Voyager 2 viajou para Urano e Netuno, antes de continuar sua exploração dos limites da influência do sol. As duas naves continuaram a emitir dados regulares, até que em 25 de agosto do ano passado, a Voyager 1 indicou uma queda brusca das partículas carregadas de energia que são produzidas dentro da heliosfera. Em consequência, os cientistas esperavam que a direção do campo magnético no espaço confirmasse a saída da nave do sistema solar, o que não aconteceu de maneira imediata.

“A equipe Voyager precisava de tempo para analisar as provas e dar sentido a elas. Mas agora podemos responder à pergunta que todos estavam esperando: Já chegamos? Sim, chegamos”, concluiu Stone.

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