O académico e actual reitor da Universidade Politécnica, Narciso Matos, estreou-se, sexta-feira, 10 de Março, nas lides literárias, ao lançar a obra “O Lar de Txindi e Mussumbuluku”, através da qual pretende registar e partilhar a história da sua família: Matos, ou simplesmente Nhuvu.
Para escrever o livro, Narciso Matos, que adoptou o pseudónimo Mussumbuluku Nhuvu, foi movido pelo interesse de conhecer e compreender a história da família e as suas raízes. Entretanto, reconhece que só conseguiu “recuar” até ao longínquo ano de 1850, dada a complexidade do exercício.
“Motivou-me registar o que sabemos, e transmiti-lo aos nossos filhos e netos, principalmente porque, hoje, já não é possível reunir toda a família num só tecto, como os nossos pais faziam há 50 anos!”, sublinha. A obra serve, acima de tudo, para prestar uma homenagem aos seus progenitores, Txindi e Mussumbuluku, que são, para si, um exemplo e a inspiração que a família procura seguir.
A apresentação da obra foi confiada ao renomado escritor Luís Bernardo Honwana, para quem o livro “O Lar de Txindi e Mussumbuluku” ensina muitas coisas sobre a família Nhuvu, cuja história remonta ao século XIX, razão pela qual alguns personagens aparecem ainda com as vestes e as armas dos tempos antigos.
“Falar do Lar de Txindi e Mussumbuluku e do projecto de vida que eles legaram à sua descendência é deixarmo-nos conduzir pela mão do excelente narrador que Narciso Matos revela ser neste livro. O texto tem leveza, elegância, humor e, sobretudo, transpira autenticidade. Resulta, daí, uma leitura verdadeiramente aliciante”, frisa Luís Bernardo Honwana, autor da famosa obra “Nós Matamos o Cão Tinhoso”.
Em relação ao autor, Luís Bernardo Honwana considera que Narciso Matos demonstrou, na obra, o seu domínio da técnica narrativa, ao contar com minúcia todas as acções e sacrifícios que, ao longo de décadas, Txindi e Mussumbuluku foram empreendendo para melhorar as condições de vida da família e da comunidade ao seu redor.