O Governo de Moçambique não tem nenhum plano de repatriamento para os mais de sete dezenas de moçambicanos retidos no estrangeiros pela covid-19. “Não existe um plano de repatriamento” deixou claro o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MINEC) que no entanto tranquilizou “não existe nenhum moçambicano que tenha sido envolvido ou afectado pelas alegadas atitudes de discriminação na China”.
Falando em conferencia de imprensa, na passada sexta-feira (24), Geraldo Saranga, informou “que além de Portugal e Angola temos também informação de moçambicanos a precisar de regressar à casa no Brasil, no Paquistão, na Índia e no Sri Lanka”.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação precisou que pediram repatriamento “21 moçambicanos em Portugal, oito em Angola, dez no Brasil, oito no Paquistão, 27 na Índia e um no Sri Lanka”.
“Não há uma previsão segura porque ainda estamos no processo de negociações, como sabem os aeroportos estão fechados e poucas são as companhias aéreas que ainda fazem voos, vale mencionar que a Etiophian Airlines é uma das poucas companhias aéreas em África que com muita coragem cobre um bocadinho o continente africano. Estamos a negociar com a Etiophian Airlines para ver se conseguimos estabelecer voos de natureza comercial, obviamente que cada um vai pagar o seu bilhete, para algumas dessas capitais para recolher esses moçambicanos num regime até de comparticipação com outros Estados membros da Região que tenham interesse em trazer os seus nacionais que também possam estar situados nessas capitais onde nós temos os nossos compatriotas”, explicou.
No entanto o porta-voz MINEC deixou bem claro que: “Não existe um plano de repatriamento, Moçambique não vai ao mundo, aos cinco continentes, buscar os moçambicanos que vivem lá, estamos preocupados com aqueles que foram encontrados em contrapé pela pandemia da covid-19 nesses países para onde se deslocaram por uma razão ou por outra, e pessoas que tem manifestado interesse e contactaram as nossas autoridades no estrangeiros”.
Saranga no entanto tranquilizou os familiares dos moçambicanos na China onde existem relatos que os cidadãos africanos estão a ser alvo de actos de xenofobia. “Não existe nenhum moçambicano que tenha sido envolvido ou afectado pelas alegadas atitudes de discriminação na China”.
De acordo com o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação pelo mundo um cumulativo de oito moçambicanos foram infectados pela covid-19, um na Espanha, um em Portugal, dois na Suíça, três nos Estados Unidas da América e um na Alemanha que acabou por não resistir. “O indivíduo do sexo masculino, de 63 anos de idade, que perdeu a vida na Alemanha era natural de Nauela, em Alto Molócuè, na Província da Zambézia”, revelou.