Problemas mentais, divórcio, desemprego, rejeições familiares, violência doméstica, traições, baixo rendimento económico e confirmação do diagnóstico de VIH/SIDA constituem alguns dos factores que contribuem para o aumento de casos de suicídio na província de Nampula, segundo fontes do sector de Saúde, a nível daquela região de Moçambique.
Dados divulgados, esta quinta-feira (4), no decurso da III Jornada Médica e Científica que teve lugar no Hospital Central de Nampula (HCN) indicam que foram registados de Janeiro a Setembro um total de 39 casos de suicídio, contra 32 de igual período do ano passado.
Segundo Armando Salvador, psicólogo clínico, afecto àquela unidade sanitária, a maior parte dos suicídio é praticado pela camada juvenil, com idades compreendidas entre 16 e 35 anos. Para alcançarem os seus intentos, as vítimas recorrem à várias substâncias tóxicas, com destaque para o “ratex”, um produto que, normalmente, é usado para dizimar a família de ratos, pragas e outros insectos prejudiciais à saúde humana.
A outra base de motivação ao suicídio tem sido o consumo exagerado de bebidas alcoólicas de origem duvidosa e de baixo custo. O psicólogo clínico do Hospital Central de Nampula apela à sociedade a manter sempre o contacto com os psicólogos ou psiquiatras para o devido aconselhamento sobre determinadas inquietações, antes de tomar quaisquer medidas que possam resultar em tragédia.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que a cada 40 segundos, um suicídio ocorre nalgum lugar do planeta, o que representa em um milhão de mortes anuais por esta causa, mais do que as vítimas das guerras. Estima-se ainda que o número de suicídios poderá aumentar para 1,5 biliões até 2020.