O s governos provinciais de Nampula e Zambézia reforçaram a sua capacidade de intervenção em acções susceptíveis à condução de mudanças de condições de vida das crianças vulneráveis, com a alocação, por parte do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), de um montante estimado em Vinte milhões de meticais para o suporte da implementação da iniciativa “Mais Capacidades, Menos Vulnerabilidade”, lançada esta semana em Nampula.
Este projecto já identificou sete áreas onde as crianças têm privações dos seus direitos, nomeadamente acesso à alimentação e nutrição adequada, água potável, saneamento do meio, cuidados de saúde, habitação, educação e informação. Amade Sucá, director geral da Actionaid, parceira do governo que vai implementar o projecto MCV, referiu que o mesmo tem como objectivo principal a construção de um modelo institucional de atenção para a criança, adequado às especificidades das províncias de Nampula e Zambézia.
Para além de promover o desenvolvimento de um modelo de intervenção virado para a erradicação da vulnerabilidade da criança, tendo em conta a experiência acumulada na primeira fase de implementação desta iniciativa terminada em 2009 e que teve a duração de dois anos. A crescente prevalência do Hiv/Sida no pais, situada actualmente em 16 por cento numa população estimada em cerca de 20 milhões de habitantes e que já fez 380 mil crianças órfãos, segundo dados da UNICEF, de 2006, lança sérios desafios ao governo e seus parceiros no sentido de estancar a evolução da pandemia que poderá contabilizar 630 mil desamparados até finais do ano em curso.
O projecto MCV vai incluir a educação e sensibilização das comunidades em relação às boas práticas, visando a prevenção e combate dos males, em particular do HIV/SIDA, que ameaçam retardar a melhoria das condições de vida das crianças. Lourenço Boene, director provincial da Mulher e Acção Social em Nampula, disse no acto de lançamento do MCV que os aspectos de coordenação no campo de trabalho, onde actuam vários intervenientes para um único propósito, são fundamentais para o sucesso.
As conclusões da avaliação em relação à primeira fase do MCV levado a cabo por uma empresa especializada, instam à necessidade do governo e seus parceiros, com actividades no domínio da promoção dos serviços básicos à criança vulnerável, no sentido de aperfeiçoar os mecanismos de coordenação bem como de divulgação dos direitos e deveres da criança no meio rural.