A cidade de Nampula será palco, a partir deste sábado (09), do Campeonato Interescolar de Basquetebol nos escalões de sub-18, denominado “Basquetebol contra o VIH/SIDA”. A prova movimentará oito escolas secundárias, nomeadamente Muatala, Nampula, Namicopo, Teacane, Liceu Pitágoras, 12 de Outubro, Napipine e São João Baptista de Marrere.
O evento é promovido pela Escola de Basquetebol N’tsay de Nampula, e terá a duração de cerca de cinco meses. A competição conta com um suporte financeiro da Embaixada dos Estados Unidos de América, através de Fundos de Emergência do Presidente norte-americano para o Alívio da SIDA (PEPFAR).
De acordo com os promotores, a movimentação desta prova tem por objectivo massificar a prática do basquetebol em Nampula, com maior destaque para o envolvimento de adolescentes e jovens.
As partidas serão associadas a actividades de combate ao VIH/SIDA, através de disseminação de mensagens educativas sobre a necessidade de prevenção daquela doença, de palestras e de animação cultural. O projecto conta, igualmente, com a parceria de algumas instituições locais, nomeadamente as direcções provinciais da Juventude e Desportos, Saúde, Educação e Cultura, a Universidade Lúrio, entre outras.
O director da Escola de Basquetebol N’tsay, Carlos Tomo, disse que com o evento pretende-se juntar o útil ao agradável, mostrando-se a importância da prevenção de doenças sexualmente transmissíveis junto à camada juvenil e, por outro lado, resgatar a prática do basquetebol.
“Queremos pôr os estudantes das escolas secundárias a jogarem durante o ano todo e, ao mesmo tempo, dar a conhecer todas as formas possíveis de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis”, acrescentou Tomo.
De acordo ainda com o nosso interlocutor, as partidas serão realizadas em espaços abertos para se permitir que a maior parte de jovens e adolescentes tenham acesso aos recintos dos jogos. Além do campo polivalente da Universidade Católica de Moçambique, a prova vai decorrer em Muatala e São João Baptista de Marrere.
Atletas estão animados e prometem dar o seu máximo
Os membros das escolas participantes no Campeonato Interescolar de Basquetebol mostraram-se satisfeitas com a iniciativa e prometem dar o seu máximo na competição, uma vez que, para além da promoção da modalidade de “bola ao cesto”, a mesma vai permitir à camada juvenil usar o seu tempo livre de forma produtiva.
Adulay Talaquichande, professor e treinador da Escola Secundária de Muatala, disse ao @Verdade que o seu estabelecimento de ensino far-se-á representar com duas equipas (masculina e feminina), bastante motivadas para a conquista de lugares cimeiros. “A nossa preparação iniciou há três meses e tenho a certeza de que os meus atletas estão preparados para participar e vencer”, disse.
Esta não é a primeira vez que aquele estabelecimento de ensino público toma parte num evento desportivo do género. Num passado recente, a escola marcou presença no Campeonato Juvenil de Basquetebol, promovido pela telefonia móvel Mcel.
Por seu turno, Rui Damião, treinador do Liceu Pitágoras, um estabelecimento de ensino secundário privado, também inscrito na prova, referiu que eventos de género são de louvar, porque vão preencher um vazio no que tange à recreação da camada juvenil a nível da cidade de Nampula.
O nosso interlocutor disse ainda que, com a realização do evento, muitos jovens em idade escolar não terão razões para enveredarem em actividades ilícitas, como é o caso de consumo de drogas, bebidas alcoólicas, prostituição, entre outras.
“Os miúdos estão motivados depois deste lançamento. Aguardamos com muita ansiedade as disputas, e acredito que não é apenas para ganhar medalhas, os atletas vão aproveitar a oportunidade para fazerem amizades”, sublinhou Damião.
Fundação Clarisse Machanguana “apadrinha” o projecto
A fundação da basquetebolista moçambicana, Clarisse Machanguana, criada há sensivelmente dois meses, vai abraçar o projecto “Basquetebol contra o VIH/SIDA”.
De acordo com a patrona, pretende-se sensibilizar as crianças, os adolescentes e os jovens sobre a necessidade de se praticar o desporto e, ao mesmo tempo, dedicar-se aos estudos de modo que possam crescer de forma saudável. “Não podemos prometer apoios materiais e financeiros, mas vamos garantir o nosso apoio moral”, disse Machanguana, tendo acrescentado que “a fundação ainda é muito jovem, estamos à procura de apoios para ajudarmos muitas iniciativas desportivas, como, por exemplo, a da N’tsay, que tem por missão massificar o basquetebol”.
A basquetebolista disse que a sua organização vai continuar a trabalhar com a escola de Carlos Tomo até que esta descubra talentos que possam representar a província nos mais variados níveis da modalidade. Clarisse Machanguana assegurou que vai transmitir aos jovens nampulenses a sua rica experiência, adquirida ao longo da sua carreira.