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Namíbia proclamada campeã africana de liberdade de imprensa

A Namíbia foi elogiada, esta quinta-feira, em Windhoek, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) pelo primeiro lugar que ocupa a nível de toda a África e vigésimo primeiro à escala mundial no que à liberdade de imprensa tange.

A saudação foi expressa pelo representante da UNESCO na Namíbia, Alaphia Wright, durante uma sessão que marcou a passagem dos 20 anos após a adopção da célebre Declaração de Windhoek.

Esta famosa declaração possui quatro pilares importantes: estabelecimento, manutenção, reforço da liberdade de imprensa e desenvolvimento multifacetado dos países subscritores, incluindo Moçambique.

Posição animadora e um desafio

No entender do ministro de Informação, Comunicações e Tecnologias da Namíbia, Joel Kaapanda, esta posição é animadora para o país, mas também um desafio para manter e até melhorar a sua performance.

Kapaanda comentou “não ser fácil” trabalhar com os media e jornalistas, mas assegurou que o seu Governo continuará a se esforçar por um melhor ambiente e colaboração para consolidar e aprofundar a liberdade de imprensa na Namíbia.

Comparou a relação governos/media com um casamento, dizendo que os problemas não podem ser motivo de discórdias, mas servir de janelas de oportunidade para entendimento de parte a parte.

“Em muitos países membros da SADC que, desde 1991, desenvolveram leis e políticas que garantem a liberdade de imprensa e de expressão para todos surgiram meios de comunicação vibrantes, apesar de os ambientes deste panorama variarem de país para país”, comentou Joel Kaapanda.

África “positiva”

O governante namibiano apelou aos jornalistas africanos a se empenharem na divulgação da imagem positiva de África: “Peço-vos encarecidamente para que, de maneira crítica, pensem no nosso estilo de redacção (…), devemos interrogar criticamente os nossos estilos de redacção. Não entendam esse meu apelo como uma interferência na vossa actividade!”.

“Que os media africanos introduzam métodos que os tornem livres da dominação de aspectos negativos que vêm dos media estrangeiros. Devemos estar desmamados da imprensa negativa internacional. Sei que corro o risco de ser mal interpretado por alguns de vocês com estas afirmações”, prosseguiu Kaapanda, rotulando a Namíbia como “a terra dos bravos”.

“Estrela” tunisina

As comemorações dos 20 anos da Declaração de Windhoek são marcadas por diversos eventos na Namíbia, que começaram no passado dia 3 de Maio, com a reunião de editores de todo o Continente Africano, devendo terminar esta sexta-feira, último dia da reunião sob o lema: os media em África nos últimos 20 anos anos: nosso passado, nosso presente e futuro.

Zied El Heni, membro do Bureau Executivo do Sindicato Nacional dos Jornalistas da Tunísia, foi a “estrela” da sessão de quinta-feira, tendo comovido a assistência quando, simbolicamente, ofereceu ao presidente do Fórum dos Editores de África (TAEF), o burquinabe Cheriff Sy, o cachecol que ficou célebre durante as manifestações que desencadearam as revoluções que ainda “varrem” alguns países africanos e do Médio Oriente.

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