A direcção da Universidade Mussa Bin Bique, delegação de Quelimane, decidiu, unilateralmente, agravar as taxas das mensalidades que vinham a ser praticadas naquela instituição de ensino.
Os anteriores dois mil e quinhentos meticais (2.500, 00) estão agravados para Três mil e quinhentos meticais (3.500, 00).
As justificações desta subida não são palpáveis porque, conforme soube-se, a direcção da universidade alega que não é só o caso de Quelimane, mas de todas a províncias onde está implantada a universidade.
Só que esta explicação não é bem recebida pelos estudantes de Quelimane que, na sua óptica, estudam em péssimas condições, não tem laboratórios, não tem bibliotecas e andam de edifício em edifício para receberem aulas.
Os estudantes decidiram fazer uma carta reivindicativa à direcção da universidade repudiando esta atitude. E mais, numa entrevista concedida pelo presidente da Associação de Estudantes da Universidade Mussa Bin Bique, na Zambézia, Jovito Francisco, ficou-se a saber que já houve dois encontros entre a direcção ao nível de Quelimane e os estudantes, mas sem bons resultados.
O segundo, que foi com a comissão mandatada pela reitoria, foi pior então, porque os fulanos que lá estiveram mostraram arrogância e falta de respeito para com as pessoas e, até tons de ameaças.
Mesmo assim, conforme Jovito Francisco, os estudantes não temeram, desafiaram a direcção de que caso não recue nesta sua decisão, este ano lectivo, que inicia no dia 15 deste mês, não haverá estudantes, ou a universidade vai encerrar.
Num outro passo, a fonte acrescentou que “não vamos admitir abusos, porque não temos laboratórios, bibliotecas, nem material didáctico para aprender, e vem com essa de subir com as mensalidades” – disse.
Mais adiante, quando perguntado sobre qual seria o passo a seguir caso a direcção não cedesse com as reivindicações, Jovito disse que “tudo depende dos estudantes, dai que o diálogo vai permanecer até ao fim, mas se isso falhar, os estudantes saberão decidir o que querem” – rematou.
A direcção é mesmo arrogante
Na tarde desta Quarta-feira, uma equipa do Diário da Zambézia e da STV deslocaram-se a delegação da Universidade Mussa Bin Bique, em Quelimane, como forma de ouvir a direcção daquela universidade em volta deste assunto.
Mas antes de lá chegarem, quando eram 15:12min, efectuou-se uma chamada telefónica para um senhor chamado Gilberto, o qual disse para tratar-se este assunto junto do delegado de Quelimane.
Quando as equipas chegaram à dita delegação, o referido delegado (que é novo) estava reunido com funcionários. Perguntaram se havia possibilidade de falar com ele.
Alguém (uma senhora), lá foi e quando voltou disse que o delegado pediu credenciais e também devia marcar-se audiência, com referência do assunto.
A equipa de jornalistas disse que queria conversar para expor o assunto. Foi um vai vem muito grande dos funcionários. Um ia, voltava e dava outra informação. E não só, havia um funcionário, que disse ser chefe da Secretaria e que ainda mantinha as regras de credenciais, pedido de audiência, etc.
Finalmente, veio um outro funcionário que disse que o delegado ligou para a direcção científica e recebeu ordens para não prestar informação nenhuma à imprensa.
Questionados sobre quem havia dado esta ordem, a resposta foi de que teria sido o tal senhor Gilberto, aquele mesmo que havia sugerido às equipes de reportagem para irem a delegação.
Nada mais se fez se não telefonar mais uma vez para o dito senhor Gilberto e com o telemóvel em voz aberta começou o diálogo. O dito senhor disse, com tom de arrogância, que pode-se falar com a reitoria que está em Nampula. Com o avanço das questões, o Gilberto mostrou a sua malcriadez por desligar o telefone.