Munícipes da cidade da Matola, província de Maputo, Sul de Moçambique, afirmam-se agastados com o desempenho da edilidade local, particularmente no que concerne as áreas de agricultura e melhoria do estado das vias de acesso.
Falando durante uma reunião orientada última na última quinta-feira no Posto Administrativo de Infulene pela Primeira-Dama da República, Maria da Luz Guebuza, André Wana considerou de “vergonhoso” o estado de algumas vias de acesso do Município da Matola. Segundo Wana, o problema das vias de acesso naquele município, particularmente no posto administrativo do Infulene, começou no ano 2000, quando muitas daquelas infra-estruturas ficaram intransitáveis como consequência das chuvas. “Há gente que não sabe da existência deste município porque não faz praticamente nada”, disse Wana, acrescentando que “nós tínhamos uma estrada que dava acesso a Manduca e a Bagamoio que está paralisada desde 2000, mas que o Município não procura formas de a recuperar’. ‘Isto é uma vergonha”, declarou a fonte. Na sua intervenção, Wana também lamentou a existência de muitos casos de criminalidade naquele posto administrativo, problema agravado pela “fraca intervenção da polícia”.
Um outro interveniente, Alexandre Honwana, queixou-se dos problemas enfrentados pelos agricultores que desenvolvem a sua actividade na baixa do rio Mulaúze, local donde sai parte considerável de produtos frescos fornecidos aos mercados das cidades de Maputo e Matola. “Aqui sofremos com a falta de transporte para escoarmos a nossa hortícola para os mercados onde se pode adquirir toda a produção e nos gerar rendimentos”, disse Honwana, que é vice-presidente da união de associações dos agricultores que desenvolvem a sua actividade naquela baixa. “Nós não temos rendimentos por causa da falta de clientes que possam adquirir toda a nossa produção”, disse ele, acrescentando que por causa desse problema, os agricultores chegam a assistir a sua produção a deteriorar. Além desse problema, Honwane disse ainda que os agricultores daquela área estão preocupados com a falta de limpeza da vala de Mulauze, situação que propiciou o surgimento de caniço comprometendo a drenagem normal das águas necessárias para a irrigação. A fonte disse que esta preocupação já foi apresentada as autoridades, mas ainda não houve nenhuma resposta satisfatória.