As mulheres rurais da província de Nampula lamentam a insuficiência do financiamento agrícola disponibilizado pelo Governo e por algumas instituições bancárias, o que na sua opinião contraria as pretensões de desenvolvimento nacional constantemente evocadas.
A coordenadora provincial da Associação das Mulheres Rurais de Nampula, Catarina Paulo, disse que na zona rural há muitas mulheres que não beneficiam de oportunidades de financiamento localmente existentes no sentido de impulsionar as suas acções.
Citou como exemplo as actividades de agro-pecuárias, horticultura, entre outras cujo desenvolvimento está refém do dinheiro, inclusive para escoar produtos de um ponto para o outro, onde a venda seja mais rentável depois da colheita.
Segundo Catarina Paulo, a agremiação que dirige tem 1.600 mulheres, parte considerável das quais sustenta famílias, manda os filhos para a escola e cobre outras despesas do lar com os ganhos obtidos da agricultura. Esta, porém, é muito pouco apoiada.
Não obstante estas preocupações, a coordenadora reconheceu que o pouco apoio prestado pelo Governo tem sido útil para alguma coisa.
Ao nível da província de Nampula é visível o trabalho os comités consultivos, na sua maioria liderados por mulheres, no que diz respeito à aprovação de projectos agrícolas das mulheres.
A fonte falava na cerimónia alusiva ao Dia Mundial da Mulher Rural, este ano assinalado sob o lema “Empoderando a Mulher Rural para Acabar com a Fome e a Pobreza”, com o qual pretende-se elevar a mulher a diferentes níveis de desenvolvimento socioeconómico e cultural no país.
Na circunstância, o director provincial da Mulher e da Acção Social, Lourenço Buene, realçou o papel da mulher na construção da sociedade moçambicana, sobretudo na educação da família.