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Mulheres-bomba matam pelo menos 44 pessoas no nordeste da Nigéria

Duas mulheres-bomba mataram pelo menos 44 pessoas, esta terça-feira (25), na cidade de Maiduguri, no nordeste da Nigéria, o centro de uma insurgência islâmica, disseram as autoridades médicas.

Quatro testemunhas relataram perto do local que uma mulher entrou numa área comercial junto a uma estrada atrás do principal mercado da cidade antes de explodir. “Enquanto as pessoas tentavam ajudar os feridos, a segunda bomba explodiu”, disse Sani Adamu, uma das testemunhas.

“Vi muitos corpos.” Uma enfermeira disse que o Hospital Geral de Maiduguri recebeu 42 cadáveres das duas detonações. No hospital-escola da Universidade de Maiduguri, numa parte diferente da cidade, um funcionário disse que até agora dois de uma dezena de feridos levados para tratamento morreram. As autoridades nigerianas não responderam aos pedidos de comentários.

Ninguém assumiu a responsabilidade, mas a suspeita deve recair sobre o Boko Haram, grupo violento cuja campanha de cinco anos para implantar um Estado islâmico já matou milhares de pessoas. A facção militante recorre cada vez mais a mulheres-bomba.

Em Junho, houve quatro ataques deste tipo no norte de maioria muçulmana, incluindo um que vitimou uma escola de Kano, a maior cidade da região. Uma mulher explodiu numa faculdade de pedagogia no Estado do Níger, no centro do país, a 12 de Novembro, matando pelo menos mais uma pessoa.

O Boko Haram intensificou os atentados no nordeste da Nigéria, mostrando que continua a ser a maior ameaça de segurança à maior economia africana e principal produtor de petróleo do continente.

O grupo vem tentando capturar e manter territórios com o objectivo aparente de erguer um Estado islâmico de facto no país de grande variedade religiosa. Os combatentes do Boko Haram assumiram o controle da cidade remota de Damasak, cerca de 180 quilómetros ao norte de Maiduguri, na segunda-feira.

Esta terça-feira, os moradores disseram que os militantes continuam no comando da localidade. A instabilidade disseminou-se na vizinhança nigeriana. Funcionário de alto escalão do Ministério da Educação da República dos Camarões, Monouna Fotso declarou, esta terça-feira, que planeia fechar cerca de 130 escolas secundárias perto da fronteira com a Nigéria – as escolas são alvos frequentes do Boko Haram, cujo nome significa “a educação ocidental é um pecado”.

O Estado de Borno, cuja capital é Maiduguri, testemunhou alguns dos combates mais ferozes, embora a cidade não sofra nenhum atentado suicida desde Julho. O presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, planeia pedir à assembleia nacional que amplie o estado de emergência nos três Estados do nordeste mais atingidos pela insurgência quando este vencer neste mês.

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