A 6 de Fevereiro corrente, por volta das 16horas, Ana Cosmo, de aproximadamente 15 anos de idade, natural do distrito de Inhassunge, viu o seu bebé recém-nascido sumir sem deixar rastos.
Conforme explicações da própria ao jornal Diário da Zambézia, veio uma senhora desconhecida, vestida duma blusa preta, que ofereceu-lhe um pacote de bolachas e um alfinete. De seguida, segundo contou Ana Cosmo, mãe que ficou sem a sua bebé, a mesma senhora pediu para dar banho o recém-nascido. Ana deu-lhe o bebé, pensando que era uma senhora de boa fé. O tempo foi passando e como Ana veio transferida de Inhassunge sem nenhum familiar, começou a ficar preocupada, porque a sua bebé nunca mais vinha às suas mãos.
O pior de tudo é que ela nem sequer conhecia o nome da senhora que levou a bebé na cama. E agora, começou a preocupação. Informou as colegas que estavam no quarto que aquela senhora que teria levado o bebé para o banho, nunca mais voltou.
Houve muita preocupação na sala e o turno das enfermeiras em serviço tomou conhecimento. Foram feitas diligências, mas nada. A Ninguém conhecia a referida senhora. Aliás, era hora de visita. Hora em que os familiares, amigos e por vezes conhecidos entram na sala para visitar os seus parentes.
Direcção do hospital preocupada
A direcção do Hospital Provincial de Quelimane (HPQ),diz que este caso é o primeiro a ser registado naquele maior centro hospitalar da província.
Num contacto que o jornal Diário da Zambézia teve, na tarde desta Quarta-feira, a directora do HPQ, Virgínia Saldanha, disse que era pela primeira vez, dai que, como medida preliminar, há um inquérito aberto internamente para apurar-se se há indícios ao nível interno.
Por outro lado, a directora Virgínia disse que os órgãos de informação, a polícia e outras entidades foram avisados para que possam estar vigilantes.
“Temos anúncios na rádio para que as pessoas que provavelmente possam ver esta bebé comuniquem-nos ou comuniquem a polícia” – apelou a directora do HPQ.
Quem é acriança que nasceu criança?
Ana Cosmo é natural de Inhassunge, órfã de pai e mãe, conforme ela contou ao jornal Diário da Zambézia que encontrara-lhe sentada na sua cama, mas sem bebe. Eram quase 12horas da Quarta-feira. Não sabe falar a língua portuguesa, mas fala bem a língua local, chuabo, misturado com a língua de Inhassunge.
Diz Ana que aquele bebé era a primeira gesta. Quando perguntada sobre o paradeiro do pai do bebé desaparecido, Ana limitou-se em olhar e não disse nada.
Sabe dizer que os pais dela morreram há muito tempo. Não se lembra com quantos anos tinha quando perdeu os pais, mas contou que primeiro foi o pai que perdeu a vida, depois a mãe.
Diz ela nunca ter ido a escola, até quando perguntada sobre a sua idade, ela, inocentemente, disse “quatro” isso em língua local. Triste, porque com a idade que tem, Ana nunca foi a escola e mais, quando tentou a todo o custo ter um bebé, uma mulher sem vergonha ainda rouba-lhe.
Situação clínica da Ana
Na conversa que o jornal Diário da Zambézia teve com a directora do HPQ, ficou-se a saber que o parto da Ana não foi fácil. Ela veio transferida do Centro de Saúde de Inhassunge, porque tinha complicações no parto, foi dai que o médico em serviço naquela unidade sanitária transferiu-lhe para o HPQ.
Chegado a esta unidade sanitária, neste caso, a maior da província, Ana foi submetida a um parto à cesariana para conseguir ter a bebé que já não tem.
Virgínia Saldanha diz que, neste momento, ela está bem de saúde, mas, psicologicamente, Ana precisa dum trabalho sério para voltar a ser ela.
Primeiro por causa da idade dela (inferior), segundo por causa desta mulher maldosa, criminosa, que levou-lhe o fruto que ela teve com muito sacrifício.
“Esta menina sofreu e nasceu no meio de facas, por isso não poderia passar por isto tudo” – lamentou a directora que, ao mesmo tempo, não se cansou de pedir para que as pessoas colaborem.
Recorde-se que este caso foi despoletado aquando da visita que o governador efectuou ao HPQ, na tarde desta terça-feira.