A polícia moscovita estava em alerta elevado na quarta-feira depois dos dois atentados a bomba ocorridos na volátil região russa do Cáucaso Norte, onde o governo enfrenta uma insurgência islâmica. Os ataques de terça-feira ocorreram em duas províncias de maioria cristã ortodoxa, onde a violência costuma ser menor do que nas regiões muçulmanas do Daguestão, Chechênia e Inguchétia.
Em março, um duplo atentado suicida matou 40 pessoas no metrô de Moscou, no pior ataque na capital em seis anos. “A polícia de Moscou elevou a segurança às 21h (14h em Brasília) de ontem”, disse um porta-voz policial na quarta-feira, acrescentando que haverá reforço policial em ruas, estações de metrô e “outras instalações vitais para o apoio à vida de Moscou”.
“A medida não tem prazo para terminar”, disse ele. Policiais de trânsito devem montar barreiras nas estradas que dão acesso à capital, e haverá também medidas não especificadas “para detectar os que sejam capazes de ou que planejem cometer atos ilegais para abalar a ordem pública”, de acordo com o porta-voz.
Na terça-feira, um carro-bomba deixou cerca de 30 feridos, três deles em estado grave, num café na cidade de Pyatigorsk, que havia sido escolhida no ano passado pelo Kremlin como capital do novo Distrito Federal do Norte do Cáucaso, numa reforma administrativa destinada a dar ao Kremlin mais controle sobre a região.
Horas antes, de acordo com a polícia, um homem-bomba matara um policial e ferira três outros numa barreira da polícia na fronteira entre a Ossétia do Norte, uma província de maioria cristã, com a Inguchétia. Moscou, uma metrópole com mais de 10 milhões de habitantes, já foi repetidamente sacudida por atentados a bomba.
O atentado de março voltou as atenções mundiais para a situação do Cáucaso Norte, região que fica no extremo sul da Rússia e inclui o balneário de Sochi, que será sede da Olimpíada de Inverno de 2014.