Já são 2.445 as vítimas mortais pelo coronavírus (COVID-19), 17 delas fora da China, desde que o surto foi declarado há 56 dias. Existe apenas um doente em África, porém a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou no sábado (22) que os sistemas de saúde do continente africano estão mal preparados para enfrentar a epidemia caso a doença entre nos seus países. Em Moçambique as autoridades rastrearam mais 113 mil viajantes desde 22 de Janeiro, independentemente da sua nacionalidade, entre os quais 215 estavam em quarentena.
É a maior Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional da actualidade, que até este domingo (23) haviam sido diagnosticados no mundo 78.811 casos entre os quais 77,042 na China com um total de 2,445 mortos. Outros 17 óbitos aconteceram nos 28 países e territórios fora da China continental para onde a doença já se espalhou.
O registo no Irão de 18 doentes, com cinco mortes em dois dias, aumentou a preocupação da OMS cujo director-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, chamou atenção, na sexta-feira (21), “Estes são realmente muito preocupantes. Vamos considerá-los tendências. Então, o que eu acredito que é a janela de oportunidade ainda existe. Mas a janela de oportunidade está a estreitar”.
No sábado (22), participando de uma reunião de emergência sobre o COVID-19 na Etiópia, Adhanom Ghebreyesus pediu que os países africanos “façam uma frente comum para ser mais combativos” na luta contra o novo coronavírus.
“A nossa principal preocupação continua a ser a possível propagação do COVID-19 nos países cujos sistemas de saúde são mais precários”, disse o director-geral Organização Mundial de Saúde alertando que caso o coronavírus se alastre, os sistemas de saúde terão que atender uma série de pacientes com sintomas como insuficiências respiratórias.
Até o momento foram detectados 200 casos suspeitos em África, sendo que quase todos tiveram testes com resultados negativos para a doença, contudo na semana passada foi confirmado o primeiro caso doente no continente africano, no Egipto.
Pelas suas ligações aéreas directas com o país asiático a OMS declarou em Janeiro como países de risco alto para o surto de coronavírus a África do Sul, Maurícias, Etiópia, Quénia, Uganda, Gana, Nigéria, Zâmbia, Tanzânia, Argélia, Angola, Costa do Marfim e República Democrática do Congo.
Várias companhias aéreas africanas, como a Kenya Airways, suspenderam os voos que tinham a China como destino. No entanto, a Ethiopian Airlines, a maior empresa do sector no continente, manteve as suas conexões.
Desde o passado dia 22 de Janeiro que as autoridades de saúde em Moçambique iniciaram o rastreio de todos os viajantes proveniente da China, independentemente da sua nacionalidade. “Até ao dia 19 de Fevereiro foram rastreados um total cumulativo de 113.674 passageiros, dos quais 483 eram provenientes da China, independentemente da sua nacionalidade, foram aconselhados a permanecer em quarentena domiciliar voluntária para seguimento diário, por profissionais de saúde”, indicou o Ministério da Saúde.
Na semana passada existiam 215 viajantes em quarentena domiciliar voluntária em seguimento no nosso país, 152 na Cidade Maputo, 41 na Província de Cabo Delgado, nove na Província de Sofala, seis na Província de Nampula, quatro na Província de Maputo e três na Província da Zambézia.
O Instituto Nacional de Saúde revelou ter sido dotado de capacidade para testagem de até 500 amostras nos Laboratórios de Virologia e de Biologia e que foram treinados para colheita, armazenamento e transporte de amostras 35 técnicos de laboratório e clínicos nas províncias de Tete, Cabo Delgado, Nampula e Sofala.