O número de civis mortos de forma violenta no Iraque aumentou em 2011 com relação ao ano anterior, com bombas diárias e ataques continuando a fazer vítimas quase nove anos depois da derrubada de Saddam Hussein, mostrou um estudo nesta segunda-feira.
Um total de 4.059 civis foi morto em incidentes violentos no Iraque em 2011, enquanto em 2010 a cifra ficou em 3.976, disse o grupo de direitos Iraq Body Count no seu estudo anual. Isso fez com que o número de civis mortos desde a invasão liderada pelos EUA em 2003, que derrubou Saddam e causou um conflito sectário, subisse para mais de 114.000. “O número de mortes de civis no Iraque em 2011 ficou quase no mesmo nível do de 2010. Não houve uma tendência perceptível de queda desde meados de 2009”, disse o IBC num comunicado. “Só o tempo dirá se a retirada das forças norte-americanas terá algum efeito sobre os níveis de vítimas.”
Os últimos soldados norte-americanos saíram do Iraque em 18 de dezembro, deixando o país sob um governo de unidade frágil, formado por partidos aliados a diferentes grupos religiosos. Horas depois da saída, o primeiro-ministro muçulmano xiita do Iraque, Nuri al-Maliki, causou a pior crise política em um ano ao anunciar um mandado de prisão para o vice-presidente sunita, sob acusações de que ele teria liderado esquadrões da morte.
Como um todo a violência diminuiu desde a invasão, embora os números do Iraq Body Count mostrem estabilidade desde 2009. Insurgentes ligados à rede Al Qaeda e milícias xiitas ainda são capazes de lançar ataques letais de larga escala. O pior atentado de 2011 ocorreu em 22 de dezembro, quando bombas atingiram áreas de maioria xiita de Bagdá, matando ao menos 72 pessoas e ferindo mais de 200.
Os números do IBC são maiores do que os fornecidos pelo governo iraquiano, que estabeleceu o número de civis mortos na violência em 2011 em 1.578, segundo dados mensais do Ministério da Saúde.