A tragédia da morte súbita voltou a abalar o futebol. Quando o italiano Davide Astori não se apresentou para o pequeno-almoço, os colegas da Fiorentina estranharam o atraso do capitão e começaram a ligar-lhe. Não atendeu, mas ninguém esperava o que se seguiu: o jogador foi encontrado morto, na cama do hotel, em Udine, onde a equipa da Fiorentina estagiava antes do jogo com a Udinese da 25.ª jornada da Liga italiana, que viria a ser toda cancelada.
O mundo soube da tragédia poucas horas depois, quando a Fiorentina anunciou “com profundo pesar a morte do seu capitão Davide Astori, vítima de uma doença súbita”. Tinha 31 anos, era uma referência dos viola e do futebol italiano (ver perfil) e terá morrido de “causas naturais, na sequência de uma paragem cardiorrespiratória”, segundo o procurador da República de Udine, que admitiu ser “estranho que tal aconteça a profissionais tão monitorizados e sem quaisquer sinais de risco”.
O mundo despertou para a tragédia da morte súbita no futebol a 26 de Junho de 2003, quando o camaronês Marc-Vivien Foé sofreu um colapso em pleno jogo da Taça das Confederações. As imagens do jogador a cair inanimado chocaram o mundo, habituado a olhar para os atletas como seres saudáveis.
Meses depois, a 25 de Janeiro de 2004, foi Portugal e Hungria a chorar a morte do benfiquista Miklos Féher durante um jogo com o Vit. Guimarães, no Estádio D. Afonso Henriques. Em Portugal, além do caso de Fehér, registaram-se ainda as mortes de Bruno Baião, júnior do Benfica, a 15 de maio de 2004, e de Hugo Cunha (União de Leiria), que caiu inconsciente no relvado aos 28 anos, vítima de paragem cardíaca, quando jogava com amigos, a 25 de junho de 2005.
De então para cá mais meia dúzia de casos abalaram algumas equipas e o mundo do futebol em geral. Em agosto de 2007 foi o Sevilha a sofrer com o adeus prematuro do capitão Antonio Puerta, durante o jogo da Supertaça Europeia com o Milan.
No mesmo ano, Daniel Jarque, capitão do Espanyol, morreu quando falava ao telefone com a noiva, durante a pré-época da equipa catalã em Itália.
Davide Astori é o segundo caso no futebol italiano. Em 2012, o médio Piermario Morosini, do Livorno, morreu na sequência de um ataque cardíaco sofrido em pleno estádio, num jogo com o Pescara. Nesse ano mesmo morreram mais dois atletas: o indiano Venkatesh, do Bangalore Mars, e o brasileiro Cristiano Júnior – este último teve um colapso em pleno relvado, depois de um choque com um guarda-redes adversário.
