Um monge tibetano no oeste da China morreu depois de atear fogo ao próprio corpo num protesto contra o governo.
Essa é a 15ª autoimolação, desde Março, na conturbada região do país, disse, esta Segunda-feira, um porta-voz tibetano exilado.
O monge Sonam Wangya ateou fogo a si mesmo a frente duma delegacia da polícia no condado de Darlag, na província de Qinghai, Domingo, para protestar contra a falta de liberdade religiosa, disse o porta-voz da Administração Tibetana Central, Thubten Samphel, num comunicado por email.
A agência de notícias oficial chinesa, a Xinhua, confirmou a morte. A Rádio Free Asia disse num relato anterior que o monge, que tinha cerca de 40 anos, bebeu querosene, espalhou o combustível no corpo e ateou fogo a si mesmo enquanto pedia o retorno do líder espiritual tibetano exilado, o Dalai Lama.
Ele morreu no local e o seu corpo foi levado pela polícia, disse o relato, citando fontes não identificadas. O acto de desafio fatal pelo monge de alto escalão – chamado “Buda Vivo”, segundo a agência de notícias Xinhua – segue-se a duas outras autoimolações perto do monastério de Kirti, na província de Sichuan, Sexta-feira.
Acredita-se que pelo menos oito dos 15 tibetanos que se imolaram nos últimos 10 meses – a maioria deles, monges budistas – tenham morrido.
O porta-voz para o governo tibetano no exílio em Dharamsala, na Índia, disse que milhares protestaram, Domingo, na região da província de Qinghai, que faz fronteira com a região do Tibete, exigindo que as autoridades devolvessem o corpo.
“Devido à posição dele como líder espiritual local, aproximadamente 2.000 tibetanos fizeram uma vigília à luz de velas, pedindo às autoridades policiais locais que devolvessem o corpo. A polícia local evitou mais tensão concordando em fazer isso”, disse o porta-voz Samphel.
Segundo a Xinhua, o corpo do último monge morto, cujo nome era Nyage Sonamdrugyu, foi entregue aos parentes.