Adriano Gonçalves mais conhecido por Bana morreu na madrugada deste sábado (13) no Hospital de Loures, em Portugal, vítima de doença prolongada. O funeral do cantor vai realizar-se na segunda-feira à tarde
Bana, que nasceu na freguesia de Nossa Senhora da Luz, Mindelo, Cabo Verde, a 11 de Março de 1932 foi um intérprete, cantor e baladeiro Cabo Verdiano, cujo trabalho e dinâmica em muito ajudou a projecção da música caboverdiana.
Segundo o jornal HardMusica terá iniciado a sua carreira musical, quando Cabo Verde era uma colónia portuguesa, trabalhando como guarda-costas e moço de recados do compositor, poeta e intérprete B. Leza. Juntando-se ao coro dos diferentes cantores que contavam e cantavam as mornas, os amadores dos violões, das violas e dos cavaquinhos rapidamente reconhecem a sua voz invulgar admitindo-o nos seus grupos de gente ligada à música caboverdiana.
B. Leza, poeta e compositor célebre, ficou de tal forma inpressionado com a sua voz que o apresentou, em 1959, numa digressão que a Tuna Académica de Coimbra efectuou por São Vicente. Entre os responsáveis pela Tuna figuravam o escritor, romancista e jornalista Fernando Assis Pacheco e o poeta e político Manuel Alegre, que tentaram trazê-lo a Portugal para actuar. Mas seria no Dacar, no Senegal, que Bana gravaria o seu primeiro disco e daria os seus primeiros espectáculos.
De Dacar, segue para Paris, onde permanece até 1968 e grava mais dois LP, e seguida para a Holanda, publicando mais dois “long-play” e seis EP, muito em voga na altura. É no ano de 1969, que surge o convite para se deslocar a Portugal.
Foi na inauguração da Casa de Cabo Verde, em Lisboa, na companhia de dois dos seus amigos, Luís Morais e Morgadinho, com quem formara, em 1966, o conjunto Voz de Cabo Verde, ainda com Toy da Bibia que regista a sua primeira actuação em Lisboa. E a partir daqui foi uma carreira de mais de 60 anos em que Bana levou a música de Cabo Verde aos quatro cantos do Mundo, tendo sido reconhecido, como seu “Embaixador” com várias condecorações e homenagens, quer em Cabo Verde quer no estrangeiro.
O corpo de Bana estará em câmara ardente na Igreja de Benfica e o funeral será domingo.