O histórico líder comunista espanhol Santiago Carrillo, figura primordial na transição para a democracia na década de 1970, morreu, Terça-feira (18), aos 97 anos, na casa onde vivia, em Madrid.
O seu filho, também chamado Santiago Carrillo, disse a jornalistas em frente à residência que o seu pai morreu a dormir, placidamente, enquanto tirava a sesta.
“Morreu tranquilo, depois de alguns dias nos quais foi se debilitando, perdendo forças, mas não perdeu o ânimo nem a cabeça em momento algum.”
O rei Juan Carlos e a sua esposa, Sofia, foram à casa de Carrillo dar os pésames à viúva, Carmen Menéndez, e aos filhos. Passaram 15 minutos no local e depois falaram aos jornalistas sobre um homem que atravessou quase um século da história espanhola.
As Centrais Operárias disseram no seu site que o velório ocorreria, Quarta-feira, das 10h às 21h, na sede da entidade sindical. Os meios de comunicação disseram que o corpo será cremado, e que as cinzas serão espalhadas em Gijón, sua cidade natal.
Num telegrama protocolar divulgado pelo site do governo, o primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy salientou “o papel que (Carrillo) desempenhou durante a Transição e a sua contribuição para a ordem constitucional, para o novo marco de convivência e para um futuro comum, sem abandonar as suas profundas convicções, que permanecem como referência para a política espanhola”.
Carrillo, última figura pública a participar activamente na Guerra Civil, passou um período no exílio após ser perseguido pelo franquismo, e envolveu-se activamente da tensa transição para a democracia depois da morte do ditador Francisco Franco, que governou o país por mais de 40 anos.